Espera-se que tenha sobrado um espacinho no inconsciente coletivo para comemorar os mesmos 60 anos de outro "Carlos", neste dia 5 de junho: Erasmo Esteves, mais conhecido como Erasmo Carlos. Seria muito injusto que não houvesse esse espaço - afinal, mais do que "o amigo de fé, irmão camarada" de Roberto e onipresença nos créditos das canções do Rei, EC é, como poucos artistas (ou nenhum), um símbolo vivo da história do rock brasileiro.
Em seus mais de 40 anos de carreira, Erasmo nunca ficou limitado à sombra de Roberto: trilhou seu caminho, deu cabeçadas, teve altos e baixos e chegou a amargar um relativo ostracismo. Tudo para manter-se fiel à sua concepção particular de música, que partiu do iê iê iê tupiniquim da Jovem Guarda, passou pelo flerte com o samba-rock, raspou no tropicalismo, trombou no romântico - e acabou, mesmo com todas essas mudanças, virando mais ou menos um sinônimo de roqueiro brazuca na cabeça do povo.
Em seus mais de 40 anos de carreira, Erasmo nunca ficou limitado à sombra de Roberto: trilhou seu caminho, deu cabeçadas, teve altos e baixos e chegou a amargar um relativo ostracismo. Tudo para manter-se fiel à sua concepção particular de música, que partiu do iê iê iê tupiniquim da Jovem Guarda, passou pelo flerte com o samba-rock, raspou no tropicalismo, trombou no romântico - e acabou, mesmo com todas essas mudanças, virando mais ou menos um sinônimo de roqueiro brazuca na cabeça do povo.
Mais do que isso, o Tremendão também influenciou gerações sucessivas de artistas pop brasileiros. Mesmo se queixando (como em recentes entrevistas para lançar seu último CD) de que os mais novos nem sabem quem ele é, o fato é que Erasmo surge, aos 60 anos, como um exemplo de integridade artística e vontade de inovação para seus pares.
Artistas de musicalidade completamente antípoda a de Erasmo o respeitam e se dizem influenciados por ele.
Biografia - 5/6/1941
Parceiro cativo de Roberto Carlos (praticamente todas as músicas que lançam são assinadas em dupla) e um dos grandes roqueiros brasileiros, o carioca Erasmo Carlos começou carreira musical em 1958 cantando no grupo The Sputniks, do qual ainda faziam parte Roberto, Tim Maia, Arlênio Lívio, Edson Trindade e China, todos integrantes da turma roqueira da Rua do Matoso, no bairro da Tijuca. Sem Tim, os Sputniks viraram The Snakes – mais tarde, perderiam Roberto também.
O resultado é que, em 1962, Erasmo estaria cantando no grupo Renato e Seus Blue Caps, com quem gravou LP homônimo. Seu primeiro grande sucesso viria em 1964, já em carreira solo: “Festa de Arromba”, composta em parceria com Roberto. No ano seguinte, Erasmo, seu parceiro e a cantora Wanderléa foram convidados para apresentarem o programa de auditório da TV Record Jovem Guarda, catalizador de toda aquela música jovem que estava sendo feita no Brasil. Rebatizado de “O Tremendão”, Erasmo iniciou uma longa fileira de sucessos: “Você Me Acende”, “Gatinha Manhosa”, “Terror dos Namorados”, “Vou Ficar Nu Para Chamar Sua Atenção”, “Minha Fama de Mau”, “Estou Dez Anos Atrasado”, “Vem Quente Que Estou Fervendo”, “Coqueiro Verde”, “Sentado à Beira do Caminho”, entre outros. Ator nos filmes “Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa”, “A 300 km por hora” e “Os Machões”, ele gravou nos anos 70 importantes LPs, como “Sonhos e Memórias – 1941-1972” (das músicas “Mané João” e “Mundo Cão”) e “1990 – Projeto Salvaterra”, dos hits “Sou uma Criança, Não Entendo Nada” e “Cachaça Mecânica” (de surpreendente êxito no mercado holandês). Voltaria ao sucesso esporadicamente nos anos 80, com as músicas “Mulher” (parceria com a mulher, Narinha), “Mesmo Que Seja Eu”, “Pega na Mentira” e “Close”. No final dos anos oitenta, Erasmo regravou sua “A Carta” em dueto com Renato Russo, da Legião Urbana. Em 1997, foi homenageado junto com Roberto Carlos pelo conjunto da obra, no XVII Prêmio Shell para a Música Brasileira
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