segunda-feira, 20 de setembro de 2010

POESIA - JANJÃO - LIMEIRA - SP

Marido cego

Acreditava o cônjuge que sua amada esposa

Ricotinha lhe era fiel por toda a vida. Não pensava

nem por um vintém colecionar pares de chifres de

um veado sobre sua testa, lisa. Mesmo todos a contar

por risadinhas, indiretas, sugestões, fazia crer

tamanha traição, com Julião seu primo. Saía a dita

cuja todas as tardes com o parente de seu marido.

Sabia ele do ocorrido, mas como passeio pela orla de

copa(cabana), impossibilitado ele mesmo, por conta

do trabalho em acompanhá-la. Mal fadada são as

línguas que diziam, veja o pescoço chupado feito

vampiro. Mas tal qual a Justiça, cego ficou até

morrer, feliz e com cara de corno.

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