terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Janeiro, 25, 1927 - Tom Jobim nasceu, gênio, boêmio, e amigo do Vinicius...

Chovia muito quando Tom Jobim nasceu.
 Ainda não eram as águas de março que fecham o verão, mas as de janeiro que o repartem ao meio. Janeiro, 25, 1927, onze e quinze da noite de uma terça-feira.

Muita água caindo do céu, nenhuma saindo das bicas da rua Conde de Bonfim, no bairro carioca da Tijuca.
O conserto de um cano viera perturbar o nascimento do primeiro filho de Jorge Jobim  e Nilza Brasileiro de Almeida, na casa de nº 634.
Com a ajuda do irmão de Nilza, Marcelo, a quem coube a tarefa de providenciar água para o parto, e de sua irmã Yolanda, que se desdobrou na cozinha para que não faltasse café para o dr.

Graça Mello, que o bebia em doses quase industriais, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim finalmente veio ao mundo com quase 60cm de comprimento e pesando quatro quilos.
Aquariano com ascendente em Libra, dois signos ligados ao ar como os seres alados que tanto admirava, no horóscopo chinês, Tom era gato, o que talvez explique sua implicância com deslocamentos e mudanças.

E, no entanto, trocar de endereço foi uma das coisas que ele mais fez na vida.
A primeira mudança foi em 1931, quando os Jobim trocaram a Tijuca por um bairro da zona sul da cidade, que então não passava de um enorme areal distante de tudo e pouco habitado: Ipanema.
A casa ficava na rua Barão da Torre, perto do Bar Vinte.

Nela, Tom morou pouco tempo, mudando-se para a rua Constante Ramos, 68, em Copacabana, onde ficou até 1935, quando Jorge Jobim morreu e d. Nilza foi morar na arborizada pensão de d. Adelaide e d. Josefina, na mesma rua.
O pouso seguinte—a última casa de uma vila—ficava na travessa Trianon, transversal à rua Siqueira Campos, no mesmo bairro.

Criado pela mãe, o avô e os tios maternos, Tom tinha apenas um ano quando seus pais separaram-se pela primeira vez.
Após uma curta reaproximação, durante a qual Tom ganhou uma irmã, Helena Isaura, nascida em 1931, o casamento de Nilza e Jorge se desfez para sempre.

Dois anos após a morte de Jorge, d. Nilza casou-se com Celso Frota Pessoa, que acabaria transformando-se no verdadeiro pai de Tom e Helena.E foram todos morar novamente em Ipanema, numa casa de pedra da rua Sadock de Sá (nº  276), com fundos para um terreno baldio frontal à  Lagoa Rodrigo de Freitas.
No andar de cima, os tios (Yolanda e João Lira Madeira) e dois primos; no térreo, Tom, Helena, os pais, os avós maternos e tio Marcelo.
Foi naquele ambiente, musical dentro de casa e ecologicamente exuberante do lado de fora, que Tom, assim apelidado pela irmã, desenvolveria seu pendor para a música e sua paixão pela natureza.

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