Muito do nosso imaginário está na Route 66, seja através dos filmes rodados nela, seja pelos símbolos Pop que se eternizaram, tais como o Motel e o Fast-Food.
Atualmente, aquela que outrora foi a maior estrada dos Estados Unidos, é uma rota fantasma que liga o nada ao lugar nenhum.
Mas, mesmo que muitos dos seus trechos tenham sumido do mapa, a velha e bucólica Route 66 continua a ecoar estereótipos, todos evocados em filmes clássicos, Bagdá Café, Paris Texas, Duel, etc.
Os protagonistas do sonho Americano continuam lá, no mesmo lugar que hoje foi rebatizado de roteiro histórico para fins turísticos.
Lugarejos da América rural profunda que antes eram irrigados pela estrada-mãe (Mother Road), com a sua desativação em 1985, permanecem modorrentos e abandonados, tal como foi plasmado no filme Bagdá Café do diretor alemão Percy Adlon.
Também conhecida como The Main Street of America a Route 66 foi durante muito tempo uma das principais estradas dos EUA, atravessando todo o continente americano de Leste a Oeste.
Com início em Chicago atravessava os estados de Illinois Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia, terminando em Los Angeles após 3,940 km (2,448 milhas).
Desde a sua construção em 1926 até à sua desactivação em 1985 foi percorrida por milhares de veículos e contribuiu decisivamente para a afirmação da maior nação do mundo.
Quando foi aberta ao trânsito grande parte da sua extensão era feita em gravilha ou terra batida.
Em 1938 foi pavimentada.
O seu traçado e o seu perfil muito plano tornou-a desde cedo uma via de comunicação importante, muito procurada por caminhões e outros transportes rodoviários.
Durante a Depressão foi percorrida por muitas famílias de agricultores que procuravam as terras da Califórnia em consequência do Dust Bowl.
Ao longo do seu trajecto a economia prosperava ainda que timidamente em pequenos negócios familiares (restaurantes, estações de serviço, etc.
Foi o berço dos restaurantes drive-thru e da Fast-food - o primeiro McDonald's surgiu em San Bernardino, ponto de passagem da estrada.
Com a sua desactivação viu-lhe atribuído o estatuto de "Histórica".
Não é caso para menos.
Para além da importância económica a Route 66 possui uma dimensão quase mítica na cultura americana.
Simboliza um período importante da história da maior nação do mundo e é sintomático e justo que o automóvel seja o principal protagonista.
Em "Vinhas da Ira", romance cuja acção decorre nos anos 30', John Steinbeck presta-lhe tributo e chama-lhe The Mother Road. Recentemente o filme Cars da Disney/Pixar tem por pano de fundo a famosa estrada e, à sua maneira, rende-lhe também homenagem.
A Route 66 tornou-se um estereótipo e está intimamente associada a diversas imagens da cultura americana, algumas com a dimensão de ícones - os caminhões transcontinentais, o corvette, as choppers, etc.
Estas imagens têm sido amplamente utilizadas pelo cinema.
Quando vemos obras como Paris, Texas, Easy Rider ou Duel, um filme de Spielberg feito para a TV em 1971, ou mesmo qualquer filme menor que se passe na América rural profunda, é inevitável que não pensemos na mãe de todas as estradas...
Mais em: http://obviousmag.org/archives/2007/07/route_66.html#ixzz1Ccub9urz
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