segunda-feira, 29 de março de 2010

Carta do chefe Seattle - Inesquecível





Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios.
A resposta do Chefe Seattle, aqui reproduzida na íntegra, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente:



“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós.Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los?Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoanas florestas escuras, cada inseto transparente, zumbindo,é sagrado na memória e na experiência de meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo a memóriae a experiência do meu povo. A energia que flui pelas árvores traz consigo as memóriasdo homem vermelho.
Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quandovão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da Terra e ela é parte de nós.


As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos. Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que
quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós.


O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugaronde poderemos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra. Mas não vai ser fácil. Pois esta terra é sagrada para nós.
A água brilhante que se move nos riachos e rios não ésimplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de queela é o sangue sagrado de nossos ancestrais. Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de queela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagradae que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisasda vida de meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai.
Os rios nossos irmãos saciam nossa sede. Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se deensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês, e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmocarinho que têm para com seus irmãos.


Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras. Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranhoque chega à noite e tira da terra tudo o que precisa.


A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente. Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa. Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa.
O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhossão esquecidos. Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, comocoisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes. Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto.


Não sei.


Nossas maneiras são diferentes das suas. A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho. Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende.
Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco. Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ouo ruído das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo.


A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos.


E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitáriode um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa. Sou um homem vermelho e não entendo.
O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, eo cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ouperfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisascompartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito. O homem branco parece não perceber o ar que respira.


Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o aré precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritoscom toda a vida que ele sustenta.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o ventoque é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem brancodeve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não entendo de outra forma.


Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelohomem branco que os matou da janela de um trem que passava.
Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fumapode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamospara ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais?


Se todos os animais acabassem, o homem morreriade uma grande solidão do espírito.


Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem.


Todas as coisas estão ligadas.
Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pésé as cinzas de nossos avós.


Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terraé rica com as vidas de nossos parentes.


Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra.


Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.
Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem –o homem pertence à Terra. Isto nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.


Todas as coisas estão ligadas.
Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como deamigo para amigo, não pode ficar isento do destino comum.
Podemos ser irmãos, afinal de contas.


Veremos. De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um diadescobrir – nosso Deus é o mesmo Deus.


Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejampossuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo.


Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para como homem vermelho quanto para com o branco.


A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezopor seu criador.


Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.
Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algumpropósito especial lhes deu domínio sobre esta terrae sobre o homem vermelho.


Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando osbúfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantossecretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vistadas montanhas maduras manchadas por fios que falam.
Onde está o bosque?


Acabou.


Onde está a águia?


Acabou.


O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”



Extraído de The Irish Press, sexta-feira, 4 de junho de 1976 e




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