quinta-feira, 12 de julho de 2012

Reciclagem de pneus: quando a borracha bota o pé na estrada


por Redação The Economist



Além de
reduzir ruídos,
adicionar flocos de pneus
picados ao betume estende a vida útil do asfalto.
Transformar pneus usados em
estrada novas pode contribuir
para a redução da poluição sonora.
Cerca de um em cada 50 ataques cardíacos é causado pela exposição crônica ao trânsito barulhento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os efeitos negativos da poluição sonora em tais países vêm atrás apenas daqueles causados pela poluição do ar, afirma a OMS.
A exposição de longo prazo
pode causar desequilíbrios hormonais
bem como problemas de saúde mental.
Ao adicionar “flocos” de pneus picados ao betume e à brita usada para fazer asfalto,
engenheiros estão projetando rodovias menosbarulhentas. Usadas pela primeira vez
em caráter experimental nos anos 60, este asfalto emborrachado mais macio reduz em 25% os ruídos.
Ainda melhor, este tipo de material ainda estende a vida útil do asfalto.
Naturalmente,
o uso do asfalto emborrachado
está se disseminando.
A reciclagem de pneus nos EUA
gera insumo o bastante para a produção de 32.000 km
de faixas do material, o bastante para recapear 0,5% das estradas americanas, de acordo com a Liberty Tyre Recycling,
uma empresa de Pittsburgh que processa cerca de um terço dos pneus reciclados dos EUA.
Rodovias de asfalto emborrachado também são populares na China, Brasil, Espanha e Alemanha.
E a popularidade do material pode aumentar ainda mais, já que hoje em dia émais barato produzir asfalto emborrachado que o tradicional.

 
* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.






Lixo orgânico é transformado em negócio lucrativo no Brasil

11/7/2012 - 09h32

por André Trigueiro*

A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em várias empresas do Brasil.
Uma delas consegue faturamento médio de R$ 100 mil por mês.
Lixo é um negócio lucrativo, e muito positivo para o meio ambiente, desde que tratado corretamente.
O que se joga fora de comida por ano no Brasil daria para alimentar 30 milhões de pessoas.
É a população do Iraque.
Cada um de nós gera em média um quilo de lixo por dia e mais da metade disso é matéria orgânica.
São 22 milhões de toneladas de alimentos que vão parar na lixeira.
Resíduos que se transformam em uma bomba-relógio ambiental na maioria das cidades brasileiras.
Abandonados a céu aberto, os resíduos orgânicos vão parar nos lixões, viram chorume, que contamina as águas subterrâneas.
Gás metano, que agrava o efeito estufa.
Atraem ratos, moscas e baratas, que transmitem doenças.
É nesses locais que milhares de pessoas acabam vivendo, na tentativa arriscada de ganhar a vida, mas há quem já enxergue no lixo uma maneira correta de trabalhar e excelentes oportunidades de negócio.
A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em várias empresas do Brasil.
De restinho em restinho chega-se a cinco toneladas de lixo por mês numa fábrica de produtos de beleza.
“Antes, a gente desenhava o procedimento mandando para aterro e hoje a gente utiliza nosso parceiro para fazer a compostagem, então é um ganho para sociedade”, fala o diretor da L’Oreal Brasil, Rogério Barbosa.
Numa outra fábrica de equipamentos, os recicláveis são separados num galpão e mais recentemente, o lixo orgânico também passou a ter um destino mais nobre.
Sem gastar um centavo a mais.
“A gente consegue evitar que vá para aterros sanitários, cerca de três toneladas de resíduos orgânicos por mês”, fala o gerente de fabricação de equipamentos da White Martins, Giovani Santini Campos.
Acompanhamos a rotina de uma das primeiras empresas do Brasil a transformar lixo orgânico em negócio lucrativo.
O material é levado para um imenso galpão em Magé, na região metropolitana do Rio, onde acontece a compostagem.
“A compostagem de forma natural duraria em torno de cinco a seis meses.
Com um líquido, que funciona como catalisador do processo, a gente acelera isso para em média 40 dias”, explica o diretor comercial da Vide Verde, Marcos Rangel.
Outra vantagem desse sistema é que ele reduz drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global.
Nos aterros de lixo, gera-se 400 gramas de gás para cada quilo de lixo orgânico.
Nas composteiras, essa emissão fica em torno de quatro gramas, por quilo, cem vezes menos.
O que antes era resto de comida vira material seco, sem cheiro ou riscos para a saúde.
Misturado à terra preta, o composto é ensacado para então se transformar em um produto cobiçado no mercado de jardinagem.
Quem quiser pode produzir adubo orgânico dentro de casa.
Em pelo menos cinco mil domicílios brasileiros, a Minhocasa é o destino final do lixo orgânico.
“O resíduo orgânico que a gente pode colocar dentro desse minhocário pode ser desde as cascas de frutas e verduras, os talos, como também o alimento que já foi cozido como sobra de arroz, feijão, macarrão, casca de ovo, borra de café, pão embolorado, tudo isso é bem-vindo”, conta o sócio fundador da Minhocasa, César Cassab Danna.
O sistema inspirado num modelo de política pública adotada na Austrália funciona até em apartamentos pequenos.
Em caixas fechadas, que não exalam mau cheiro, as minhocas realizam de graça a conversão do lixo em adubo.

* André Trigueiro é jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela Coppe-UFRJ onde hoje leciona a disciplina Geopolítica Ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC-RJ, autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação, coordenador editorial e um dos autores dos livros Meio Ambiente no Século XXI, e Espiritismo e Ecologia, lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio, pela Editora FEB, em 2009.
É apresentador do Jornal das Dez e editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News.
É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

** Publicado originalmente no site Mundo Sustentável.

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