Um Estado
secular ou estado laico é um conceito do secularismo onde o poder do Estado é oficialmente imparcial em relação às questões religiosas,
não apoiando nem se opondo a nenhuma religião. Entretanto, o Estado laico não é considerado ateu, ou agnóstico,
tal como o Estado laico aceita a crença
em Deus, apesar de também respeitar o direito à descrença religiosa.
Um
Estado secular trata todos seus cidadãos igualmente, independentemente de sua
escolha religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião. O
Estado teocrático ou teocracia é o contrário de um estado secular, ou
seja, é um estado onde há uma única religião oficial, como é o caso do Vaticano (Igreja Católica) e do Irã (República Islâmica).
O
Estado secular deve garantir e proteger a liberdade religiosa e filosófica de cada cidadão, evitando
que alguma religião exerça controle ou interfira em questões políticas. No que se
difere do estado ateu - como era a extinta URSS - se demonstra no fato de que este
último se opõe a qualquer prática de natureza religiosa ou a aceitação de Deus,
deuses ou divindades de qualquer natureza. Entretanto, apesar de não ser um
Estado ateu, o Estado Laico deve respeitar também o direito à descrença
religiosa. Nem todos os Estados que garantem liberdade religiosa são completamente seculares na
prática. Em Portugal,
por exemplo, alguns feriados católicos - o mais notável sendo o de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira do
país - são oficiais para os funcionários públicos. Existe ainda a Concordata de 2004 que beneficia e atribui à Igreja
Católica, em várias dimensões da vida social, um estatuto preferencial.
Um país laico é aquele que segue o
caminho do laicismo,
uma doutrina que defende que a religião não deve
ter influência nos assuntos do Estado. O laicismo foi responsável pela separação entre a Igreja e o Estado e ganhou força com a Revolução Francesa.
Alguns países, como é o caso do Reino Unido,
são considerados seculares quando na verdade o termo não pode ser aplicado
completamente de fato.
No caso do Reino Unido, quando uma pessoa
assume o cargo de chefe de estado, é necessário que jure fidelidade à fé anglicana.
O cargo de chefe de estado e da igreja oficial pertence à mesma pessoa - a Rainha Elizabeth II. O estado também
garante que vinte e seis membros do clero da Igreja da Inglaterra sejam membros da câmara alta do
parlamento. Por estes e outros motivos o Reino Unido não pode ser considerado
um estado secular.
No
Brasil especificamente, "o país não nega a existência de Deus, ou deuses e
divindades de um modo amplo tal como a própria Constituição Federal se
apresenta como elaborada "sobre a proteção de Deus".
Em 11 de abril de 2012, o Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil,
reiterou em sessão do STF: "Os dogmas de fé não podem determinar o
conteúdo dos atos estatais”, em uma referência à campanha de religiosos pela
manutenção da criminalização do aborto de fetos anencéfalos. Afirmou ainda que
as concepções morais religiosas — unânimes, majoritárias ou minoritárias — não
podem guiar as decisões de Estado, devendo, portanto, se limitar às esferas
privadas. Dentre os 54 países do continente africano ops 22 abaixo relacionados são considerados laicos:
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Angola
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Benim
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Botswana
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Burundi
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Camarões
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Chade
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Etiópia
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Gabão
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Gâmbia
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Guiné
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Libéria
·
Mali
·
Namíbia
·
Senegal