segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Brigitte Bardot completa 75 anos


Segunda-feira (28), Bardot completa 75 anos de vida. Uma trajetória bem curiosa. De símbolo sexual, mulher ultra desejada, à opção de viver quase que no anonimato e largar, no auge, a carreira. Foi assim que, em 1973, Brigitte assombrou o mundo, mais uma vez, ao anunciar que era, a partir daquele momento, uma ex-atriz e cantora. O objetivo era, além de fugir dos paparazzi, lutar por causas relacionadas aos animais e natureza.
Abaixo, listamos 10 momentos Bardot, para que você conheça um pouco mais dessa estrela:
1. Modelo que virou atriz: A francesa recebeu influência da mãe, Anne-Marie, nas artes da dança e música. Em 1947, foi aceita no conservatório e cursou as aulas de balé por três anos. Com o apoio e incentivo da mãe, começou a fazer trabalhos de moda em 1949. Aos 15 foi capa da edição francesa da "Elle". Este trabalho chamou a atenção do então jovem cineasta Roger Vadim. Brigitte foi convidada para um teste para o filme "Les Lauriers Sont Coupés". Mas o filme acabou não sendo realizado. Mesmo assim, esta oportunidade fez com que ela pensasse em se tornar atriz.
2. Pai ciumento: A estreia aconteveu dois anos depois, aos 17 anos. O filme "Le Trou normand" foi o primeiro e o "cupido" para o primeiro casamento, com Roger Vadim. Em seu segundo filme, "Manina, La Fille Sans Voile", suas cenas de biquíni fizeram com que seu pai recorresse à Justiça para impedir que as cenas fossem levadas ao cinema. Ele não obteve sucesso. Nascia o símbolo sexual.
3. O boom: Depois de 17 filmes sem muito sucesso, eis que a fama bateu na porta da francesa. Em "E Deus Criou a Mulher", de 1956, ela atuou ao lado de Jean-Louis Trintignant. O filme, sobre uma adolescente amoral numa pequena e respeitável cidade do litoral, fez um grande sucesso. E, claro, escândalo para a época. Cenas de nudez correram o mundo. BB não era mais somente da França; era do planeta.
4. The book is on the table: Brigitte Bardot poderia ter sido um fenômeno também em Hollywood. Mas o inglês limitado e o sotaques foram barreiras para ela entrar nos Estados Unidos. De qualquer modo, ela se tornou a mais famosa atriz européia nos EUA e permanecer na França beneficiou sua imagem.
5. Deusa: Durante a década de 60, quando a Europa começou a ser o novo centro irradiador de moda e comportamento, BB acabou eleita a deusa sexual da década. Era comum as pessoas dizerem que Brigitte Bardot era mais importante para a balança comercial francesa que as exportações da indústria automobilística do pais.
6. Paparazzi: Depois do divórcio com Vadim, em 1957, ela se casou novamente. Agora com o ator Jacques Charrier, que lhe deu seu único filho, Nicolas-Jacques Charrier. Seu casamento foi alvo constante dos paparazzi e houve choques e mudanças no rumo de sua carreira. Em 1962, filmou com Louis Malle e Marcello Mastroianni "Vida Privada". Era um filme quase autobiográfico sobre uma celebridade do cinema sem vida pessoal, graças a perseguição constante da imprensa.
7. Ermitã?: Pouco depois de filmar "Vida Privada", BB retirou-se da vida agitada das metrópoles európéias para uma vida de semi-reclusão. Ela foi morar em uma mansão (La Madrague) em Saint Tropez, no sudoeste da França. Isso quando o local não era tão badalado.
8. Búzios: Se hoje Búzios, no Rio de Janeiro, tem o glamour de novela das 21h, pode colocar na conta de Brigitte Bardot. Na década de 60 ela causou ao visitar o Brasil e se hospedar na cidade. Depois da visita de BB, Búzios foi "descoberta", virou município e tornou-se um dos pontos mais sofisticados e procurados do verão brasileiro. Na cidadeexiste a Orla Bardot, na Praia dos Ossos, e instalou ali uma estátua de bronze da atriz em tamanho natural.
9. Ativista: Perto de completar 40 anos, em 1973, Brigitte anunciou que estava encerrando sua carreira. Ela escolheu usar a fama pessoal para defender os direitos animais e tornou-se vegetariana. Em 1977 atraiu atenção mundial para sua causa ao denunciar in-loco o massacre de bebês-foca no norte do Canadá. Entre outras causas, ela lidera campanhas contra a caça das baleias, as experiências em laboratório com animais o uso de casacos de pele.
10. Devoradora: Depois de quatro casamentos e inúmeros namorados, BB é hoje casada com um ex-conselheiro do Partido Nacional da França. Era chamada, no auge, pela mídia sensacionalista de "devoradora de homens" pela rapidez com que terminava seus relacionamentos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O PRIMEIRO IMPERADOR ROMANO CRISTÃO


Na guerra civil de 312, na qual dois líderes romanos, Constantino e Maxêncio, disputaram o controle do Império, ao meio dia, ao contemplar o céu, Constantino viu uma flamejante crua brilhando acima do sol. Inscrita nela estavam as palavras In hoc signo vinces – “com esse símbolo serás vitorioso”. Diga-se de passagem, até bem pouco tempo a mesma frase podia ser lida nos maços de cigarros da marca Pall Mall.
Logo após ter alcançado de fato a vitória, Constantino publicou seu famoso édito de tolerância. Bem mais tarde, já em seu leito de morte, ele seria batizado, tornando-se assim o primeiro imperador romano cristão. Outra das medidas de Constantino foi transferir a capital do império para uma opulenta cidade oriental, que recebeu o nome de Constantinopla. Um subimperador ainda permaneceria em Roma por cerca de mais um século, mas agora o verdadeiro poder já estava em outra parte. A partir de então a igreja cristão – e seu bispo em Roma o papa – passaria a dominar o mundo ocidental. E à medida que o império Romano desmoronava, a Igreja de Jesus iria preservar grande parte do esplêndido legado do império – a língua, a jurisprudência, a literatura, a arquitetura e a engenharia – pelos séculos seguintes.

O LEGADO

O próprio Quinto Horácio Flaco admitiu ser um péssimo soldado. Ele lutou ao lado da facção derrotada nas guerras civis. Pior ainda, ao receber a ordem de atacar, largou seu escudo e saiu correndo na direção oposta. De volta a Roma arrumou um cargo menor no funcionalismo público, como assistente de um questor – uma função subalterna, mas que lhe proporcionava tempo para escrever seus poemas. Ele acabou conhecendo grandes arquitetos e construtores, juízes, escultores e líderes políticos. Mas, Quinto Horácio Flaco nunca governou uma província, nunca construiu um aqueduto ou um templo, nem mesmo criou uma estrutura de bronze notável.
Mesmo assim, quando esse nobre romano mais conhecido por nós como o poete Horácio, sentou-se em 23 a.C. para avaliar o que havia realizado na vida, a conclusão a que chegou foi que seus poemas iriam sobreviver a todas as conquistas e obras de soldados e construtores:

Exegi monumentum aeri perennius
Regalique situ pyramidum altius...
Nom omnius moriar.

Ergui um monumento mais
durável que o bronze,
Mais alto que o majestoso pico
Das pirâmides...
Nunca vou morrer de todo.

Esse famoso epílogo do livro terceiro das Odes de Horácio foi citado à exaustão como testemunho da imortalidade da literatura. Mas também poderia servir de homenagem ao Império Romano e às incontáveis influências romanas que ainda continuam marcando nossas vidas cotidianas cerca de 15 séculos depois da derrocada das Muralhas de Roma.
No século 2 d.C, cerca de 50 milhões de pessoas, vivendo em três continentes, prosperavam sob a proteção da Pax Romana. Mas depois, tal como ocorreu com todas as grandes potências ao longo da história, Roma também chegou ao fim.
A contínua influência de Roma está refletida por toda a parte em nossa língua, literatura, jurisprudência governo, arquitetura, medicina, esportes, artes, obras de engenharia, entre outros.
Muito dessa influência está de tal modo arraigado que mal temos idéia de nossa dívida para com os antigos romanos. Basta considerar a língua, por exemplo. Hoje um número cada vez menor de pessoas orgulha-se de conhecer o latim e, no entanto se voltarmos ao inicio desse parágrafo e eliminarmos todas as palavr5as vindas diretamente do latim não vai sobrar nada.
A influência romana sobre as línguas modernas é tão básica quanto o próprio á- bê – ce. Atualmente o alfabeto mais utilizado no planeta é aquele que os romanos aperfeiçoaram e disseminaram por todo o Ocidente durante suas conquistas. As letras maiúsculas que usamos mesmas que os romanos liam em 600 a. C.; e as minúsculas forma criadas por editores romanos em torno do ano 300 d.C. desde então as únicas alterações no alfabeto ocorreram na época medieval, quando o valor consonantal do I passou a ser indicado com uma letra distinta, o J; e o V foi dividido em U, V e W. por isso, quando lemos uma inscrição antiga sobre “ IVILIVS”, trata-se de algo sobre “ JULIUS”, ou Júlio.
Com base nesse alfabeto, os romanos aperfeiçoaram uma língua tão lógica e vigorosa quanto suas muralhas interconectadas que permanecem de pé ao longo dos séculos. Tal como muitas outras coisas da vida romana, o latim era uma língua inteiramente racional e pragmática, outra esmerada obra de engenharia. Por esse motivo, há 2 mil anos educadores de todo o mundo ocidental vêm insistindo no ensino do idioma latim como um excelente instrumento para o aprendizado dos mecanismos fundamentais de qualquer outra língua.eles não Têm como objetivo que os estudantes consigam ler Horácio, embora esta seja uma conseqüência das mais agradáveis, mas que sejam capazes de melhor entender tanto a sua própria língua quanto as outras.
Houve uma época em que todo mundo que passava pelos bancos escolares aprendia latim. Durante séculos, quase todos os soldados com boa formação conheciam um pouco de Júlio César incluindo o famoso informe que enviou do campo e de batalha de Zela: “Vini. Vidi, vinvi” - já citado anteriomente neste mesmo artigo – esta foi considerada a melhor mensagem militar durante cerca de 1900 anos – até o fatídico dia em que o general britânico sir Charles James Napier enviou um despacho em latim ainda mais conciso.
Napier partira com a missão de capturar Sindh atualmente no Paquistão. Em Dhéli, seu superior, lorde Ellensborough, ficou aguardando ansioso por notícias, apara saber Napier conseguira tomar Sindh. Por fim chega a mensagem da frente de batalha, rasgando o envelope, lorde Ellensborough, vê que o telegrama contém apenas uma palavra: Peccavi. Naturalmente, os oficiais do quartel general britânico reconheceram de imediato que se tratava do tempo passado do verbo latino pecco, que significa “ Eu Peco”. Portanto, a mensagem era “ Eu pequei”. Eu explico, em inglês, I have sinned, cujo som é idêntico a I have Sindh, ou seja, “ Eu domino Sindh”.

( Continuo noutro dia ) 22 /09/2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Roma

A Roma da Época republicana ou do início do período imperial sem dúvida poderia ter reagido. No caso do império, contudo, a população já perdera seu empenho. Os descendentes de um povo que havia conquistado o mundo agora se reuniam no Foro a fim de clamar apenas por panis et circens – “ pão e circo”.
Os imperadores atenderam de bom grado a tais clamores. Enquanto na época republicana o governo promovia competições de gladiadores durante três ou quatro semanas por ano, no segundo século da era cristã tais espetáculos sanguinolentos eram vistos durante meses seguidos. Nas maiores competiçõpes organizadas pelo imperador Trajano, que se prolongaram poe123 dias, cerca de 5 mil homens e 11 mil animais foram mortos a sangue frio. E as multidões não se cansavam, sempre clamando por mais. Em meio a essa atmosfera de excessos abomináveis, as ruas de Roma encheram-se daquelas imensas e ameaçadoras figuras de mármore que os museus italianos denominam de estatua colossale. A enorme estatua de Nero que havia no foro tinha a impressionante altura de um prédio de 13 andares.
Ao longo dos séculos, o trono imperial foi ocupado por alguns dos indivíduos mais vis da história – um processo que começou logo após a morte do primeiro imperador. Dos dez imperadores seguintes a Augusto, nada menos que oito morreram de forma violenta.
Alguns eram tão desequilibrados que continuam a ser lembrados até hoje. Um desses foi Calígula , que assassinou seu irmão, mas amava tanto os animais que nomeou seu cavalo, Incitato, para o posto de cônsul.
Depois houve Heliogábalo, que passou a se vestir de mulher logo após subir ao trono. Ele gostou disso a tal ponto que alterasse seu título para “ imperatriz de Roma”.
Outro imperador, Cômodo, filho do grande Marco Aurélio, sonhava ser gladiador, mas, precavido cuidava para que seus adversários recebessem espadas de chumbo macio, que entortavam toda vez que o imperador recebia golpe. No entanto sua sorte acabou em um dia de ano novo, quando foi estrangulado por um lutador vinculado a conspiradores. o sucessor de Cômodo, Pertinax, permaneceria no trono por apenas 86 dias antes de ser assassinado. Nessa altura, o exército fez leilão do cargo de imperador: a oferta mais alta foi de certo Dídio Juliano, que por sua vez, acabaria degolado após dois meses de reinado.
Nenhuma lista de imperadores ruins estaria completa sem o nome do infame Nero, absolutamente maléfico. Para ser mos justos cabe observar que recentes pesquisas históricas revisionistas isentam Nero de algumas das acusações pelas quais ficou mais famoso. Nero fez por merecer sua deplorável reputação. A fim de garantir um público para seus recitais de lira, conta-se que costumava trancar as pessoas no teatro impedindo as de sair.
Moderado na juventude, Nero tornou-se depois um assassino de seus parentes, entre os quais o irmão, sua mulher cinco tentativas de assassinato. E fez com que incontáveis mártires cristãos tivessem fim nas arenas dos anfiteatros.
Em um império no qual a vida humana era tão pouco valiosa, talvez não seja surpreendente a rápida expansão de um novo culto religioso em torno de um jovem executado como criminoso em uma remota província. Quando Jesus de Nazaré e um procurador romano subalterno chamado Pôncio Pilatos, encontraram-se frente a frente na basílica de Jerusalém – por volta do ano 30 – toda a força estava do lado de Pilatos. Mas Jesus disseminava uma idéia igualmente poderosa. Sua mensagem, a de uma vida preciosa ao encontro de uma necessidade humana que não podia ser atendida pelos césares. Extremamente favorecidos pela facilidade de deslocamento e pela generalizada tolerância diante de novas religiões no interior doimpério, os cristãos primitivos gradativamente converteram todo o mundo romana.
( tem mais...)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O nó do afeto

Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.

Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.

Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.

O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.

E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazer presente, de se comunicar com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas eficiente.

E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do principal, que é a comunicação através do sentimento.

Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com os nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.

Para que haja a comunicação é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo de escuro.

A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.

E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?

Pense nisso!

Se você é um desses pais ou dessas mães que realmente precisam se ausentar do lar para prover o sustento da família, lembre-se que você pode encontrar a sua própria maneira de garantir a seu filho a sua presença.

Você pode encontrar um jeito de dizer a ele o quanto ele é importante na sua vida e o quanto você o ama.

Mas lembre-se da linguagem do coração. Dessa linguagem que pode ser sentida, apesar da distância física.

E procure apertar os laços do afeto, pois estes são os verdadeiros elos que nos unem aos seres que amamos.

Pense nisso, mas, pense agora

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Texto de Marcelo Tas

Marcelo é jornalista, autor e diretor de TV. A ênfase de seu trabalho está na criação de novas linguagens nas várias mídias onde atua. Entre suas obras destacam-se os videos do repórter ficcional Ernesto Varela; participação na criação das séries "Rá-Tim-Bum", da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV Globo. Recentemente, Tas realizou o "Beco das Palavras", um game interativo que ocupa uma das salas mais concorridas do novo Museu da Lingua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo. Atualmente é âncora do CQC, editado pela TV Band

Por não ser petista, sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores.
Vejam, nunca fui "contra" o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro". A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual aliás, eu não participei.
Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas.
Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos.
Segunda: o nome do partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca entendi. Qual a intenção? Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos?
E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido". Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.
Repare no choro do Zé Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas.
Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça.
Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!! Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim?
Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França...outro que tá mais enrolado que espaguete.
Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade.
Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2... Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama. Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente.
Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os "dirigentes", "conselheiros", "tesoureiros", "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira.
Vai lhes fazer muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores

Comentário do Jornal dos Amigos - www.jornaldosamigos.com.br

Rory Gallagher - ilustre pouco conhecido, super talentoso que morreu precocemente

William Rory Gallagher  foi um multi-instrumentista, compositor e produtor de rock e blues irlandês.  Nascido em Ballyshannon, Condado de Do...