terça-feira, 18 de junho de 2019

Repassando: matéria de inteligência Pública - A Guerra dos Brasis


A guerra dos Brasis


Sob os repiniques da bateria em torno dos grampos do Joesley desta véspera de votação da reforma da Previdência (escrevo na quinta-feira 13/6), agora a cargo dos arrombadores a soldo de um certo The Intercept, uma das marcas-fantasia de PSOL, PT e cia., está consumado o tombo do costume na última tentativa do País Real de abolir a escravatura.
Com os Benefícios de Prestação Continuada de abre-alas, o velho bloco do Me Engana Que Eu Gosto passou batidos os “jabutis” que realmente lhe interessavam: o regime de capitalização, que mataria para todo o sempre o comércio de privilégios previdenciários, a mais produtiva mina de ouro de quem tem o poder de vendê-los, e a manutenção da constitucionalidade das normas da Previdência, a garantia vitalícia pela qual cobram caríssimo esses comerciantes. A reforma da Previdência já entra na avenida castrada, conforme o prometido, portanto, e com o favelão nacional com todos os “acessos” espetados nas suas veias mantidos para que o País Oficial possa continuar servindo-se na medida da satisfação dos seus luxos.
O apartheid brasileiro tem raízes profundas. O Brasil Real, o Brasil que deu certo, o Brasil que se fez sozinho escondido do outro, este Brasil continua, como sempre esteve, à margem da lei. A lei foi feita pelo País Oficial, o antiamericano, o que sempre viveu das “derramas”, o que enforcou Tiradentes, o que invadiu o Rio de Janeiro em 1808, de modo a não poder ser cumprida jamais. É a continuação do Brasil dos traficantes de escravos que compravam pedaços do Estado (feudos) e “títulos de nobreza” ao rei. São as deles as tais instituições que “estão funcionando”.
Só dois pontos destes dois Brasis sempre estiveram conectados: as mãos de um e os bolsos do outro. No mais, são antípodas em tudo. Na educação, bola da vez, há os nédios professores das universidades públicas que comem o grosso da verba nacional, aposentam-se na flor da idade e dão aulas nos enclaves privatizados do território brasileiro onde polícia não entra (Coafs e tribunais de contas, menos ainda) e se formam, “de graça” e
sem lei, os quadros da elite do País Oficial. E há as professorinhas miseráveis, que não se aposentam nunca, das escolas básicas varejadas de balas perdidas, caindo aos pedaços, creches de quase adultos que vão lá para comer da mão do País Oficial o pão que a “educação” que ele lhes serve não consegue comprar.
O sindicato desses diferentes professores é, no entanto, o mesmo. Com estrutura nacional, vem a ser o núcleo duro da defesa da privilegiatura. Escudados na miséria das professorinhas, são os professorões que organizam aquela rede que sai em passeatas milimetricamente cronometradas com as pautas em tramitação no Congresso Nacional e nas redações que empregam seus parentes, amigos e correligionários, para “provar” a “impopularidade” de acabar com os salários e as aposentadorias 100 vezes, 50 vezes, 30 vezes na média nacional maiores que as do favelão que paga a conta.
Mas não foi a derrota desse Brasil que saiu nas manchetes. Já não é mais nem “o governo” que “perde” ou “ganha” as batalhas entre os dois Brasis. Agora é só “o presidente Jair Bolsonaro” que “sofre derrotas no Legislativo e no Judiciário”, seja na batalha para o favelão nunca mais ter de pagar lagostas e vinhos tetracampeões aos STFs de sempre, seja para que o Estado conceda à plebe a graça de não ser enjaulada quando recusar-se a deixar-se mansamente matar e insistir em defender a própria vida contra quem resolver atentar contra ela.
As redações congregam os últimos brasileiros que ainda não entenderam com quem estão lidando. A bandidagem mata 65 mil. A bandidocracia mata milhões por ano. O conluio entre as duas é aberto a quem interessar possa, do grande tráfico de entorpecentes, hoje privilégio de governos praticantes do tipo de “excesso de democracia” que o lulopetismo prega, para baixo. Mas a imprensa tem mais medo do povo obediente à lei, da polícia, dos promotores e dos juízes que realmente apitam faltas do que deles. Nem a “epidemia de ansiedade” que acomete o povo brasileiro como a nenhum outro do planeta é associada ao que quer que seja de especial. É mais uma daquelas notícias que os âncoras de TV leem com cara de paisagem. Uma doença sem causa. Nada a ver com os 40 milhões de desempregados e subempregados nem com a montanha de assassinados.
Para a unanimidade da imprensa brasileira essa carnificina só tem a ver com o “acesso a armas” que – advertem – ou nega-se terminantemente à subraça tupiniquim ou ela sairá matando desbragadamente por aí. É como se esse acesso já não estivesse drasticamente proibido há 14 anos, contra a vontade expressa em voto pela população, e não estivesse sendo provada 65 mil vezes por ano, 5.342 vezes por mês, 178 vezes por dia a mentira de associar desarmamento com segurança pública.
No quesito segurança, aliás, o esforço concentrado da ala mais “progressista” do nosso jornalismo é para discriminar cadáveres. Depois de todo o resto a desigualdade em nome da igualdade chega, finalmente, aos necrotérios. Cadáver de mulher vale mais – e dá pena mais pesada – que cadáver de homem e menos que cadáver de homossexual ou de transgênero. E, em todas essas subcategorias, ganham “peso 2” os que acumulam a qualidade de não brancos.
Tudo isso tem precedência, no jornalismo pátrio, sobre a guerra aberta entre os dois Brasis cuja existência ele nem sequer reconhece. Ele permanece surdo ao País Real, mas sempre pronto a disparar sem pensar uma vez e meia todo e qualquer petardo que a bandidocracia houver por bem enfiar-lhes nas culatras “de acesso”, e a invocar a lei escrita pela bandidocracia para manter eternamente intactas as leis escritas pela bandidocracia, para julgar todo mundo que ousar tratar de alterá-las.
Se o Brasil “é uma democracia”, como parecem crer 9 entre 10 dos nossos jornalistas, qualquer alteração no status quo será “antidemocrática”. O.k., então. E para onde vamos na sequência da aceitação dessa premissa?
No ‘apartheid’ nacional, o País Real continua à margem da lei, que é feita pelo País Oficial

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Sionismo



O sionismo foi a principal força por trás da criação do Estado de Israel. Idealizado e divulgado pelo jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl, esse movimento político defendia o direto dos judeus de terem sua pátria na região que a bíblia chamou de “Terra de Israel”.
A teoria de Herzl – que presenciou o antissemitismo na Europa – era de que, com a existência de um Estado próprio, os judeus poderiam ser fortes, algo "revolucionário" para um povo que tinha sofrido violentas perseguições durante séculos.
Foi no primeiro encontro sionista, realizado em 1897, que se definiu que os judeus retornariam em massa à "Terra Santa", em Jerusalém – de onde foram expulsos pelos romanos no século 3 d.C. e único lugar onde consideravam que se sentiriam em casa.
Começou então a migração judia para a região da Palestina – na época parte do Império Otomano e onde viviam 500 mil árabes. A ocupação culminou na declaração de independência em 1948 e na criação do Estado de Israel.
Para os palestinos, o sucesso do sionismo significou a frustração de suas aspirações nacionais e a vida sob ocupação em uma terra que eles também consideram sagrada.
Movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu em um Estado judaico. Ganhou força no fim do século 19, impulsionado pelo avanço do antissemitismo e desenvolveu-se simultaneamente a outros movimentos nacionalistas, como o de unificação de países como a Itália e a Alemanha. O nome sionismo deriva de Sion, um importante monte nas cercanias da cidade velha de Jerusalém, e representa o desejo milenar dos judeus de, após o exílio forçado, retornar à terra dos seus ancestrais bíblicos.
Sua organização política ganhou impulso em 1897, com a realização do primeiro Congresso Sionista Mundial na Basileia, Suíça, inspirado nas ideias do jornalista Theodor Herzl. O sionismo não é unificado em sua doutrina. Desde seu surgimento, foi influenciado por vários pensadores como Aaron David Gordon e Dov Beer Borochov, pais do sionismo socialista, Rav Kook, inspirador do sionismo religioso, Achad Haam, do sionismo cultural, e Zeev Jabotinsky, que protagonizou o primeiro racha, ao criar a união dos sionistas revisionistas.
Na medida em que o sionismo se consolidava na Europa, começaram a ser organizadas ondas imigratórias de judeus que desejavam escapar da miséria e das perseguições e construir novas vidas na terra de seus antepassados. No total, foram cinco grandes ondas, chamadas de Aliot (plural de Aliá, “ascensão”, em hebraico), em pouco mais de cinquenta anos. A primeira ocorreu entre os anos de 1882 e 1903, quando 25 mil judeus desembarcaram na região. A falta de estrutura e de preparo para trabalhar na agricultura levou a maioria desses imigrantes a abandonar a então Palestina, regressando aos seus países de origem ou se mudando para outros países.
Com o fim da Primeira Guerra e início do mandato britânico na Palestina, o sionismo ganhou impulso com a Declaração Balfour, em 1917, na qual o governo britânico anunciou que via com bons olhos a criação de um Estado judaico na Palestina. A estrutura burocrática e institucional do movimento sionista se consolidou. Com a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha, a imigração aumentou. Com o fim da Segunda Guerra, em 1945, e a revelação das atrocidades nazistas, o sionismo ganhou apoio e solidariedade em grande parte da comunidade internacional. O auge do movimento ocorreu entre 1947 e 1948, com a votação da Partilha da Palestina e a fundação do Estado de Israel.
Mesmo após o surgimento do Estado Judaico, o movimento sionista continuou trabalhando para atrair judeus ao país. Ajudou na imigração de comunidades que viviam sob ameaça imimente de extinção ou violência. Foi assim com os judeus iemenitas e iraquianos, no início dos anos 50, ou os etíopes, na década de 80, e, recentemente, os da antiga União Soviética.
No Brasil

"O Início do Sionismo no Brasil"" analisa os primeiros momentos do movimento sionista no país, com foco na relação entre as estruturas ligadas ao movimento sionista internacional e os simpatizantes do nacionalismo judaico aqui estabelecidos, a partir de uma interessante questão inicial: uma vez que o sionismo surgiu como movimento politicamente relevante entre os judeus asquenazes, por que, no Brasil, foram os judeus sefarditas que o introduziram? Para examinar a fundo o sionismo brasileiro nas três primeiras décadas do século XX, refaz-se a trajetória desse movimento na Europa, percorrendo suas estruturas organizativas, conflitos ocorridos nos congressos sionistas, tensões entre o sionismo europeu e o norte-americano, até desembocar no início da aproximação com os judeus instalados no Brasil, no início do século, e na intensificação da imigração judaica para o país, nos anos 1920. Apoiando-se em extensa e profunda bibliografia e contando com inúmeras fontes até agora inéditas em trabalhos brasileiros, muitas delas encontradas em arquivos estrangeiros, a obra reflete sobre a pluralidade discursiva no movimento sionista, as tensões e contradições entre o movimento sionista na Europa e os judeus sionistas brasileiros e a diversidade política do nacionalismo judaico.

Rory Gallagher - ilustre pouco conhecido, super talentoso que morreu precocemente

William Rory Gallagher  foi um multi-instrumentista, compositor e produtor de rock e blues irlandês.  Nascido em Ballyshannon, Condado de Do...