sexta-feira, 27 de abril de 2012

MAX WEBER (1864-1920)


O sociólogo Alemão Maximillian Weber nasceu em Erfurt, 21 de Abril de 1864e f Faleceu em Munique, 14 de Junho de 1920.
Foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia.
Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, era socióloga e historiadora do Direito.

Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade Albert Ludwigs, de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Mônaco.
Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.


A Contribuição Sociológica de Max Weber

Se para Durkheim o fato social era o objeto de estudo da Sociologia, Para Weber o objeto de estudo da sociologia se constituía na ação social. Segundo esse autor: A Sociologia (...) significa: uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-las causalmente em seu curo e em seus efeitos.

Por aça entende-se, neste caso, um comportamento humano (...) sempre na medida em que o agente ou os agentes se relacionem com um sentido subjetivo. (WEBER.2004,p.3)

A ação social por sua vez, significa uma ação que, quanto ao seu sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outro, orientando por este em seu curso” (WEBER.2004,p.3)

 
A ação social pode ser :

Referentes a fins – por expectativas quanto ao comportamento de outras pessoas, utilizando essas expectativas como condições ou meios para alcançar determinados objetivos.

Referente a valores – orientada pela crença consciente no valor ético, religioso

De modo afetivo emocional – por afetos ou estado emocionais

De modo tradicional – por costume arraigado

Por conta dessa preocupação explicativa sobre a ação social, Marx Weber é considerado o criado de uma sociologia conhecida como sociologia compreensiva, ou seja, uma sociologia que busca compreender as motivações individuais que impulsionam determinadas ações sociais.

 

Outros Conceitos Fundamentais

Relação Social – Comportamento reciprocamente referido quando ao seu conteúdo de sentido por uma pluralidade de agentes e que se orienta por essa referência.
A relação social denomina-se relação associativa quando e na medida em que a atitude na ação social repousa num ajuste ou numa união de interesses racionalmente motivados.

Associação – É uma relação social fechada para fora ou cujo regulamento limita a participação quando a observação de sua ordem está garantida pelo comportamento de determinadas pessoas, destinado particularmente a esse propósito de um dirigente e , eventualmente, um quadro administrativo que, dado o caso, têm também condições normais de poder e representação.

Uma associação pode ser autônoma ou heterônoma – Autonomia significa, em oposição à heterônoma, que a ordem da associação não é estatuída por estranhos, mas pelos próprios membros enquanto tais.

Autocefalia – significa que o quadro administrativo da associação é nomeado segundo a ordem da associação e não por estranhos, como é o caso da heterocefalia.

PODER E DOMINAÇÃO : Razões internas que justificam a dominação:

“Inicialmente, a autoridade do passado eterno, ou seja, dos costumes santificados pela validez imemorial e pelo hábito, enraizado no homens, de respeitá-los. Assim se apresenta o poder tradicional, que o patriarca ou o senhor de terras exercia antigamente.” (Weber, 2003, P.61)

“Em segundo lugar, existe a autoridade que se baseia em dons pessoais e extraordinário de um individuo (carisma) . .. “

“Existe a autoridade que se impõe pela legalidade, pela crença na validez de um estatuto legal e de uma competência positiva, estruturada em regras racionalmente estabelecidas” (weber, 2003, p.61) (Servidor do Estado)

“A dominação organizada necessita, por um lado, de um Estado- maior administrativo e, por outro, necessita dos meios materiais de gestão. ( controle de bens materiais e força física)p.63

“Representando exatamente a organização de dominação política, assim como aliás qualquer outra organização, o estado-maior administrativo não se inclina a obedecer ao detentor do poder motivado apenas pelas concepções de legitimidade anteriormente discutidas .Antes de tudo, baseia-se a obediência em duas espécies de motivo que se relacionam a interesses pessoais: retribuição material e prestígio social”(Weber ,2003, p.63)


Por: Jesus Marmanillo Pereira

Fonte: http://manguevirtual.blogspot.com.br/2010/09/max-weber-1864-1920.html


Max Weber

ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)

ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)

Por Jesus Marmanillo Pereira

Filho de judeus, David Émile Durkheim nasceu em Épinal, departamento de Vosges, que fica exatamente entre a Alsácia e a Lorena, em 15 de abril de 1858. Foi para Paris estuda no Liceu Louis Le Grand o que lhe permitiu entrar, com 21 anos, na École Normale Superieure, onde se doutorou em filosofia.

Durante os anos em que ensinou Filosofia em vários Liceus da província (Sens, St Quentin, Troyes), volta seu interesse para a Sociologia. A França, apesar de ser, num certo sentido, a pátria da Sociologia, não oferecia ainda um ensino regular dessa disciplina, que sofreu tanto a reação antipositivista do fim do século como uma concepção de que a sociologia constituía uma forma cientifica de socialismo.( Rodrigues,2001)

Para se aprimorar nessa área ainda não institucionalizada na França, Émile Durkheim partiu para a Alemanha onde fortaleceu-se com os estudos de autores importantes entre o quais destaca-se Georg Simmel - autor das questões fundamentais de Sociologia. Retorna a França onde passa a ministrar aulas de pedagogia e Ciência Social na Faculté de Lettres de Bordeaux entre 1887 e 1902.

Segundo Rodrigues (2001) na adolescência o jovem David Émile Durkheim presenciou uma série de acontecimentos que marcaram decisivamente todos os franceses em geral e a ele próprio em particular: a 1° de setembro de 1870.
A derrota de Sedan; a 28 de janeiro de 19871, a capitulação diante das tropas alemãs; de 18 de março a 28 de maio, a insurreição da Comuna de Paris; a 4 de setembro,a proclamação da que ficou conhecida como a III República, com a formação do governo provisório de Thiers até a votação da Constituição de 1875 e a eleição do seu primeiro presidente(Mac Mahon).
Por outro lado a vida de David Émile Durkheim é marcada pela disputa franco- alemã: em 1871, com a perda de uma parte da Lorena, sua terra natal tornou-se uma cidade fronteiriça; com o advento da primeira guerra mundial, ele partiu para o front.

Muitos consideram que, a instabilidade política (de um vazio moral)e as grandes mudanças desse período podem ser interpretadas como fatores que impulsionaram esse grande sociologia a buscar entender a sociedade de sua época.

Principais obras : A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1895), O suicídio (1897), A educação moral (1902), As formas elementares da vida religiosa (1912) e - Lições de Sociologia (1912).

Contribuições Sociológicas

Se Augusto Comte foi o primeiro a formular alguns princípios e o termo Sociologia, Émile Durkheim foi o primeiro a elaborar um método e um objeto próprio, por isso é considerado o pai da Sociologia Moderna.
Para Durkheim os fenômenos sociais deveriam se entendidos e analisados de acordo com explicações pautadas em regularidades e exclusivamente em aspectos sociais, descartando assim modelos explicativos influenciados por outras ciências como, por exemplo, a física, química e/ou matemática.
Na obra Divisão do Trabalho social (1985) esse autor afirma que de todos os Sociólogos existentes até então, Augusto Comte foi o único a percebe que a divisão do trabalho era mais que um fenômeno econômico e sim a condição essencial para a vida social.
(Durkheim,2004,29).
Nesse mesmo estudo, desenvolve importantes noções para a compreensão de sua teoria, entre elas as de Consciência coletiva, Solidariedade Mecânica e Orgânica.

Consciência coletiva - Segundo Durkheim (2004,p.50) é um conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, forma um sistema determinado que tem vida própria (um ato criminoso é aquele que ofende justamente essa consciência coletiva).

Solidariedade Mecânica – É um tipo de solidariedade baseada na similitude dos indivíduos.

“ Segundo Lakatos (1985) As sociedades primitivas são caracterizadas pela solidariedade mecânica que se origina das semelhanças entre os membros individuais.
Para a manutenção dessa igualdade, necessária a sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva.
Essas sociedades não podem tolerar aas disparidades, a originalidade, os particularismos, tanto nos indivíduos quanto nos grupos, pois isso significa um processo de desintegração.

Solidariedade Orgânica – baseada na interdependência dos indivíduos

Tal solidariedade é características das sociedades complexas (européias) marcadas por grande especialização do trabalho.
Dessa forma valoriza a interdependência entre as partes.
Tal forma de solidariedade possibilita maior autonomia para o individuo.

OBs- a solidariedade de Durkheim não se refere a valor moral e sim a divisão do trabalho e importância dessa na organização social.

Pode-se que As regras do Método Sociológico simboliza o ápice da contribuição desse teórico. Nela desenvolve um método independente da filosofia, exclusivamente sociológico e objetivo. Partindo da idéia de que os fenômenos sociais devem ser tratados como coisas, Durkheim possibilita um processo analítico através do qual é possível elaborar modelos e “manusear” o objeto de estudo.

Mais que isso, nessa obra Émile Durkheim defini o objeto da sociológica na noção de fato social, que segundo o autor é caracterizado pela

exterioridade - o fato social é exterior ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade

generalidade - o fato social é geral e comum a todos os membros do grupo

coercitividade - Através de penalidades, fato social pressiona os membros a seguir determinados comportamentos e condutas

Para o estudo de qualquer fenômenos social, ele também recomenda abandono das pré-noções. Na obra o Suicídio (1987) Émile Durkheim demonstra, com algumas exceções, que o suicídio varia inversamente ao grau de integração do grupo social do qual o individuo faz parte.
Para tanto se apóia na observação de estudos estatísticos e na observações das regularidades desse fenômeno.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Capitalismo ou Socialismo

POSTADO ORIGINALMENTE NA sexta-feira, 13 de novembro de 2009 NESTE MESMO BLOG...

Capitalismo ou Socialismo...
 
Existem pelo menos dois tipos de capitalismos e dois tipos de socialismos sendo utilizados em todo o mundo.
Os dois tipos de capitalismos mais utilizados são o Capitalismo Pagão e o Capitalismo Protestante.
Os dois tipos de socialismos mais utilizados são o Socialismo ateu (mais conhecido como “científico”) e o Socialismo Católico (mais conhecido como “utópico”.
Estas divisões não são muito comentadas no meio acadêmico por razões mais ou menos diplomáticas e anti-religiosas.

Mas, na prática, tais divisões existem e fazem muita diferença.
Em termos práticos, o Capitalismo Pagão é utilizado há muito tempo pelos povos que não têm muito compromisso com o princípio de justiça e respeito ao próximo.
Já o Capitalismo Protestante, utilizado principalmente pelos países do Primeiro Mundo, nasceu logo após a Reforma Cristã Protestante e, segundo Max Weber, do livro A ética protestante e o “espírito” do Capitalismo, teria surgido com a doutrina calvinista.
O Brasil, que não adotou o modelo protestante, continua praticando o Capitalismo Pagão (selvagem: juros altos, salários baixos e preços abusivos.
Nos países de maioria cristã protestante o capitalismo utilizado é o de juros baixos, salários altos e preços justos.
Lá, (Estados Unidos, Suécia, Escócia, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra etc.) o modelo de capitalismo protestante é chamado apenas de Capitalismo.
Na verdade, praticamente tudo o que fazem é, em geral, nos moldes protestantes.
Talvez, por isso, o povo brasileiro tenha dificuldades para entender a diferença entre o nosso Capitalismo e o Capitalismo do Primeiro Mundo (o protestante).
O Socialismo ateu (“científico”, na linguagem dos marxistas), ficou famoso ao ser adotado pela antiga União Soviética, Cuba, Vietnam, Albânia, Coréia do norte tornando-se, no entanto, mais conhecido como Comunismo.
Já o Socialismo Católico (“utópico” na linguagem dos marxistas), é parcialmente utilizado por países europeus de maioria católica (França, Itália, Espanha etc.).
O Capitalismo e o Socialismo, ou a Direita e a Esquerda, ou ainda o Liberalismo e o Comunismo referem-se a conceitos opostos.
Mas, numa análise mais detalhada constatamos que podemos, também, considerá-los complementares.
Apesar das grandes diferenças os dois lados são representativos e têm suas respectivas finalidades dentro de uma organização social.
O Capitalismo1 (associado à direita e ao liberalismo) é inspirado na justiça rígida e na razão enfatizando a recompensa segundo o merecimento individual.
Já o Socialismo (associado à esquerda e ao comunismo) é inspirado nas necessidades comuns e no sentimentalismo enfatizando a igualdade independentemente do merecimento individual.
Por isso, é natural que existam defensores do conceito socialista e defensores do conceito capitalista numa mesma sociedade.
Sabendo-se que o Capitalismo baseia-se no desejo de liberdade e de justiça (de forma rigorosa e racional), e o Socialismo baseia-se no desejo de igualdade e fraternidade (de forma mais ou menos inclusiva), então não é difícil entender o porquê, de tanto o Capitalismo quanto o Socialismo terem o seu devido lugar numa mesma organização social.
O fato de um ser Direita e o outro Esquerda em nada atrapalha desde que fiquem nos seus respectivos lugares.
O ideal, na verdade, é dosar o efeito de justiça que está contido no Capitalismo Protestante com o efeito de amor ao próximo que está contido no Socialismo Católico.
A maioria dos brasileiros ainda não sabe, mas o principal motivo que levou o mundo cristão (“mundo ocidental”) a repudiar as nações comunistas foi o fato de proibirem o cristianismo e imporem o ateísmo.
As escolas públicas brasileiras, influenciadas pela crendice marxista, não esclarecem esses assuntos aos seus alunos.
A própria imprensa nunca teve coragem de dizer ao povo em geral que a guerra fria, entre Estados Unidos e União Soviética era, na verdade, uma guerra fria entre os princípios cristãos e os princípios ateus de origem marxistas.
Hoje, já existe liberdade pessoal, social e religiosa na antiga Rússia.
O Cristianismo já retornou à nação (principalmente o ortodoxo) apesar de parte do povo ainda ser ateísta, (conseqüência da rígida imposição praticada no regime passado).
Se nós, brasileiros, tomarmos como referência os ensinamentos bíblicos, tal como fizeram os principais países desenvolvidos, concluiremos que o princípio de justiça deve vir em primeiro lugar e só depois deve vir o amor envolvendo e preservando a justiça.
Portanto, o Capitalismo Protestante, que é baseado na “justiça rígida", deve ser a parte estrutural de uma sociedade; deve ser o sustentáculo principal tal qual o esqueleto humano que é propositadamente rígido para dar firmeza e sustentação ao nosso corpo.
Já o Socialismo deve ser parte externa, o acabamento "sensível", a parte social que envolve a estrutura tal qual a carne, no corpo humano, que é bem mais maleável e igualmente importante na composição do conjunto.
Analise o exemplo a seguir para entender a interação, necessária, entre capitalismo e socialismo:
Imagine um prédio em construção, a estrutura de concreto é a parte mais rígida.
De fato, ela não é muito simpática, mas é a parte que sustenta o prédio de pé por longos e longos anos.
É a estrutura que garante a solidez e a firmeza para que o prédio não caia e nem se desmonte.
Já o reboco, com azulejos, mármores, vidros, janelas, ornamentos etc., que envolvem a estrutura (equivalendo ao socialismo), são igualmente importantes porque dão o adequado acabamento tornando o prédio simpático, confortável e acolhedor.
Portanto,
se queremos paz e prosperidade,
 precisamos considerar o Capitalismo Protestante
como estrutura econômica e o Socialismo Católico
como acabamento social
na hora de formular
soluções para
 o Brasil.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Documentário sobre projeto de Vik Muniz, “Lixo Extraordinário”, é indicado ao Oscar

E E PROF. PAULO CHAVES

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA - PROF. CLAUDIO CORREA
ALUNO(A):_____________________________________Nº:
TURMA: 3º ANO_______ ______ - DATA: ___/_____/_______




O artista plástico foi
 eleito um dos Homens
do Ano em eleição da
revista Alfa

Da Redação  - 13h39 25/01/2011

O documentário ”Lixo Extraordinário”,
 que gira em torno de projeto social realizado pelo artista plástico paulistano Vik Muniz, foi anunciado hoje pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
como um dos filmes que
concorrerão ao
Oscar de
melhor filme
deste gênero
realizado
no ano
passado.

A produção, que é dirigida pela britânica Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley, mostra o cotidiano de Muniz com catadores de lixo no aterro do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ) – considerado o maior da
América Latina .

O filme levou três anos para ficar pronto e já recebeu prêmios do público nos festivais de cinema em Sundance e Berlim.
Fernando Meirelles como
produtor-executivo e Moby,
responsável pela trilha sonora,
são alguns dos personagens
de peso que ajudaram
a concretizar
o projeto.

A edição de dezembro de 2010 da Alfa trouxe uma eleição com os homens do ano, e Vik Muniz foi considerado o artista plástico de maior destaque em 2010.




Minha impressão:já tinha tomado conhecimento do trabalho por intermédio da colega professora Tânia Baltazar, coordenadora do EM da EEP Paulo Chaves, na qual trabalho.
No entanto, apenas na semana passada 18 de abril, é que o dvd chegou a locadora!
Como passo por lá justo ás quartas feiras, tratei de alugar a única cópia disponível! Assisti primeiramente sózinho, e chorei pra caramba, depois no fim de semana reloquei- o e vi novamente com minha familia e todos choramos pra caramba!
Por que, não há como não se sensibilizar com o documentário, a história de cada uma das pessoas envolvidas, a história do próprio Vick Muniz, as imagens das pessoas garimpando recicláveis do lixo do aterro sanitário de Gramacho São inexplicáveis e o titulo da produção: "Lixo Extraordinário", vem mesmo a calhar! gostei e recomendo, por que além de ser um fazedor de l´=agrims é umk farto material para ser trabalho interdisciplinariamente, podemos fazer dele um manual social , ambiental e de humanidades!!! Prof.Claudio Correa - Cau





sexta-feira, 20 de abril de 2012

NÁUFRAGO (FILME) - RESENHA - PARA OS ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DA EE PROF. PAULO CHAVES SOB ORIENTAÇÃO DO PROF. CLAUDIO CORREA COMO ATIVIDADE PARA A DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

E E PROF. PAULO CHAVES

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA - PROF. CLAUDIO CORREA
ALUNO(A):_________________________________Nº:
TURMA: 1º ANO ______ - DATA: ___/_____/_______


NÁUFRAGO (FILME) - RESENHA CRÍTICA

Por:: Egídio Garcia Coelho



1. INTRODUÇÃO

O Filme "Náufrago" retrata a história de um executivo voltado para um minucioso controle do tempo, onde na sua função tem como foco e objetivo principal, auferir sempre os melhores resultados, mesmo que para isso tenha que sacrificar a própria saúde a afetividade e consideração nos seus envolvimentos sociais. Com excelente desempenho o ator e produtor Tom Hanks no papel de Chuck Noland (executivo da Fed-Ex), consegue sozinho em cena, prender a atenção de espectadores de forma surpreendente.
Houve demonstração de adaptação e criatividade do personagem que buscava sobreviver isolado numa ilha deserta, após ter sobrevivido a um acidente com o avião da companhia que prestava serviços, voltando da Rússia, onde demonstrou eficiência na implantação dos seus rigorosos controles de tempo para entregas das encomendas Fed-Ex.
Interessante revelação de oportunismo e profissionalismo dos produtores na exploração de merchandising com a marca Fed-Ex que aparece como berço da história e a bola de vôlei da marca Wilson que veio a se transformar num personagem de destaque, provocando grandes emoções, quando se revelava a carência afetiva na solidão de Chuck Noland, sempre alimentando esperanças de voltar à civilização.
Uma seqüência de acontecimentos interessantes marca a transformação de um executivo cheio de recursos e tecnologias do mundo corporativo em um explorador sem recursos que fará uso da sua iniciativa e criatividade para sobreviver na ilha.
Ressalvas quanto à falta de exploração no tocante a espiritualidade que deixou de ser enfatizada, quando em circunstâncias semelhantes, qualquer ser humano é chamado a profundas reflexões, independente de credo ou religião.

2. DESCRIÇÃO DO ASSUNTO

No Filme Náufrago o autor com as primeiras e últimas cenas, deixa transparecer o seu conhecimento sobre a visão holística.
Nos primeiros passos do executivo Noland, foi ressaltada a sua determinação e eficácia na conquista de resultados positivos, desempenhando suas funções na empresa Fed-Ex. Em uma filial da Rússia, foi responsável pela melhoria dos serviços de entrega, demonstrando com clareza a sua metodologia que visava sempre a qualquer custo, excelência na prestação dos serviços da companhia.
Em seu retorno para a matriz, houve o acidente fatal que o poupou como único sobrevivente, passando a ser o foco das atenções nessa interessante obra cinematográfica.
Na ilha, depois de consumada a tragédia, foi se desenvolvendo a seqüência dos acontecimentos que prende a atenção dos espectadores, mesmo mantendo em cena, apenas um personagem humano.
Rompendo o silêncio, depois da queda do avião, seguem-se os primeiros passos do sobrevivente, iniciando a preparação de um abrigo.
Surgem alguns estranhos barulhos que provocam medo antes de se revelarem como fonte principal da alimentação do náufrago, seguidos de um longo caminho de tentativas e descobertas.
Encomendas Fed-Ex foram recolhidas entre destroços do avião nas areias e encostas da ilha e aproveitadas como abastecimento provisório, contendo alguns utensílios de fundamental importância.
Manifestou-se uma contagiante alegria na conquista das primeiras chamas de fogo, após uma persistente e dramática busca alimentada pela convicção.
Muito sofrimento ficou evidente na busca por uma solução improvisada para conter a insuportável dor de um dente inflamado. Emocionante a relação de afetividade que se firmou com o imaginário personagem Sr. Wilson, representado por uma bola de vôlei que Noland, nas suas crises de solidão acabou criando. Por fim um desfecho que deixou evidente a falta de manutenção das afetividades e considerações nos relacionamentos antes da tragédia, mas, também uma prova de que há sempre uma porta que se abre para recomeçar.

SABE O QUE É NIÓBIO? ...

Após checagem sumária das informações, parece que devemos ficar atentos ao contéudo da denúncia que segue abaixo.
NIÓBIO Vocês já ouviram algo a respeito? Nióbio, o metal que só o Brasil fornece ao mundo.
Uma riqueza que o povo brasileiro desconhece e tudo fazem para que isso continue assim.
Como é possível o fato de o Brasil ser o único fornecedor mundial de nióbio (98% das jazidas desse metal estão aqui), sem
o qual não se fabricam turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis, centrais elétricas e super aços; e seu preço para a venda, além de muito baixo, seja fixado pela Inglaterra, que não tem nióbio algum?
 EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio brasileiro. Como é possível em não havendo outro fornecedor, que nos sejam atribuídos apenas 55% dessa produção, e os 45% restantes saíndo extra-oficialmente, não sendo assim computados.
 Estamos perdendo cerca de 14 bilhões de dólares anuais, e vendendo o nosso nióbio na mesma proporção como se a Opep vendesse a 1 dólar o barril de petróleo.
 
Mas petróleo existe em outras fontes, e o nióbio só no Brasil; podendo ser uma outra moeda nossa.

 
Não é uma descalabro alarmante?
 
O publicitário Marcos Valério, na CPI dos Correios, revelou na TV para todo o Brasil, dizendo:

“O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio.

”E ainda: “O ministro José Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia.
Ninguém teve coragem de investigar… Ou estarão todos ganhando com isso?
Soma-se a esse fato o que foi publicado na Folha de S. Paulo em 2002: “Lula ficou hospedado na casa do dono da CMN (produtora de nióbio) em Araxá-MG, cuja ONG financiou o programa Fome Zero.
 
As maiores jazidas mundiais de nióbio estão em Roraima e Amazonas (São Gabriel da Cachoeira e Raposa – Serra do Sol), sendo esse o real motivo da demarcação contínua da reserva, sem a presença do povo brasileiro não-índio para a total liberdade das ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras.
Há fortes indícios que a própria Funai esteja envolvida no contrabando do nióbio, usando índios para envio do minério à Guiana Inglesa, e dali aos EUA e Europa.
A maior reserva de nióbio do mundo, a do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (AM), é conhecida desde os anos 80, mas o governo federal nunca a explorou oficialmente, deixando assim o contrabando fluir livremente, num acordo entre a presidência da República e os países consumidores, oficializando assim o roubo de divisas do Brasil.
A Inglaterra, é a nação que mais se beneficia com a demarcação em Roraima e a maior intermediária na venda do nióbio brasileiro ao mundo todo.
Mas, no andar dessa carruagem, esse escândalo está por pouco para estourar, afinal, o segredo sobre o nióbio como moeda de troca, não está resistindo às pressões da mídia esclarecida e patriótica.
 
Cadê a OAB, o MFP, o Congresso Nacional???
 
Os bandidos são mais honestos.
 
O nióbio apresenta numerosas aplicações. É usado em alguns aços inoxidáveis e em outras ligasde metais não ferrosos.
 
Estas ligas devido à resistência são geralmente usadas para a fabricação de tubos transportadores de água e petróleo a longas distâncias.
Usado em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais.

Usado em soldas elétricas.
Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de jóias como, por exemplo, os piercings.
Quantidades apreciáveis de nióbio são utilizados em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos , subconjuntos de foguetes , ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini.
O nióbio está sendo avaliado como uma alternativa ao tântalo para a utilização emcapacitores.

O nióbio se converte num supercondutor quando reduzido a temperaturas criogênicas.
Na pressão atmosférica, tem a mais alta temperatura crítica entre os elementos supercondutores, 9,3 K.
 
Além disso, é um dos três elementos supercondutores que são do tipo II ( os outros são o vanádio e o tecnécio), significando que continuam sendo supercondutores quando submetidos a elevados campos magnéticos.


www.tribunadaimprensa.com.br/?p=17578

sexta-feira, 13 de abril de 2012

EQUIPE DE VOLEIBOL BARÃO DE LIMEIRA


Prof. Robson com a atleta Joyce Miranda da Silva.

A parceria entre a Sociedade Esportiva Gran São João e ACEBAL no voleibol vem conquistando bons resultados não só em competições, a atleta Joyce Miranda da Silva de 1,74m de altura, 16 anos foi convocada para a seletiva da Seleção Brasileira de Voleibol Infanto Juvenil que acontecerá nos próximos dias 12, 13 e 14 na cidade de Uberlândia.
A indicação da atleta aconteceu no final do ano passado e foi oficializada esta semana conforme nota oficial da Confederação Brasileira de Voleibol.

A grande notícia veio por intermédio da Liga Regional e pelo próprio Técnico da Seleção Maurício Thomas, em contato com o Prof. Robson Siqueira, técnico da atleta e da equipe do GRAN/BARÃO DE LIMEIRA, que também é responsável pelo projeto.
Isso vem coroar nosso trabalho e das demais atletas, servindo de incentivo a todos da equipe, para que continuemos trabalhando com muita dedicação e que mais portas possam se abrir trazendo mais reconhecimento ao nosso trabalho, comentou Prof. Robson Siqueira, que aproveita para agradecer os colaboradores da equipe:
Sociedade Esportiva Gran São João, PLACAR PLÁSTICOS, DOMINIUM Fomento Mecantil, COLÉGIO BARÃO DE LIMEIRA, Seme e ACEBAL.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

LANÇAMENTO DO ALBUM “O ELIXIR

29/04
Domingo às 19h.
 
Música: LANÇAMENTO DO ALBUM “O ELIXIR”.
 
Lançamento do álbum do músico limeirense Emanuel Massaro em parceria com o poeta também de Limeira Otacílio Cesar Monteiro.

 
Entrada:
R$ 10,00 inteira,
R$ 5,00 meia-entrada.

Classificação Indicativa: Livre.
 

Teatro Vitória



DIA MUNICIPAL DO CHORO

25/04
Quarta-feira às 20h.

Música: “DIA MUNICIPAL DO CHORO”.
 
Muito chorinho,do bom,  com o grupo Reminiscências, marca a data em que Limeira celebra o Dia Municipal do Chorinho.

 
Entrada: Gratuita.
 
Classificação Indicativa: Livre.
 
Teatro Vitória

Projeto de Educação Ambiental “Horto Florestal de Limeira”,


Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”.

(Pitágoras)


A Prefeitura de Limeira, por meio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Bioatividades (SEMA) e da Educação, desenvolve o Projeto de Educação Ambiental “Horto Florestal de Limeira”, com o objetivo de aproveitar espaços de visitação do Horto Florestal para desenvolver atividades educativas com temática ambiental.
O projeto será realizado através de visitas monitoradas pré-agendadas pelas escolas das redes pública e particular de Limeira e região, além de outras instituições.
Esse projeto visa ainda valorização do Horto Florestal e conscientização ambiental, proporcionando relação positiva da população com o Horto. Para melhor atender as pessoas que serão monitoradas durante as visitas, estagiários da SEMA participaram da segunda etapa de capacitação, no dia 4 de abril, na sede do Horto Florestal.
Na parte teórica foram apresentados os objetivos do Projeto, as funções e a importância do Horto, além da apresentação dos três Cardápios de Aprendizagem:

Cardápio I – Minissítio,

Cardápio II – Laboratório de Botânica e

Cardápio III e IV - Viveiro de Mudas Nativas.

A capacitação continua nestas quarta, quinta e sexta-feira, dias 11,12 e 13 de abril, a partir das 13h30.

Será realizada a parte prática dos trabalhos, na qual os estagiários farão todas as etapas dos três cardápios, incluindo acolhimento na capela com história do Horto Florestal, trilha interpretativa, visita ao Minissítio, Laboratório de Botânica e Viveiro de Mudas Nativas, visita ao relógio de sol e arvorismo (oferecido apenas a crianças até 12 anos).

Mais informações podem ser obtidas na SEMA, pelo telefone (19) 3451-3883.


Fonte: Dalbert Gonçalves


terça-feira, 10 de abril de 2012

Lixo urbano: um desafio ambiental - por Redação do IHU-Online

“Hoje se composta 1% do que se gera, e se recicla 0,8%. São números muito vergonhosos para o Brasil”, constata o engenheiro civil Eleusis Di Creddo.



A falta de um destino adequado para o lixo urbano ainda é um dos principais problemas ambientais do Brasil, que concentra praticamente toda a produção de lixo dos 5.500 municípios do país em 4.600 lixões. De acordo com Eleusis Di Creddo, em entrevista concedida à IHU On-Line, o “lixão é um crime ambiental”, pois os resíduos depositados nesse ambiente contaminam o solo, os recursos hídricos e dão origem ao chorume, um líquido “mais poluidor do que o esgoto sanitário”. Conselheiro da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), o engenheiro destaca que são necessários 448 aterros sanitários para acabar com os lixões espalhados pelo país, como prevê a proposta da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estima solucionar esse problema ambiental até 2014.
 
Na avaliação dele, a falta de recursos públicos impede os municípios de investirem em coleta seletiva. “O problema principal é a questão de custo. Dos 5.500 municípios, quatro miil têm menos de 30 mil habitantes. Quer dizer, mais de 90% dos municípios brasileiros são pequenos e não têm, muitas vezes, nenhum sistema, nenhum departamento municipal de limpeza pública, não têm uma pessoa encarregada pelo serviço de limpeza da cidade, pelo tratamento e disposição do lixo”, informa na entrevista concedida por e-mail.
 
Segundo ele, “31% dos resíduos que são encaminhados para aterros poderiam ser reciclados, como papel, papelão, alumínio, plástico, etc.” Para mudar esse processo, acentua, é preciso investir na logística reversa, ou seja, a indústria precisa se responsabilizar pelas embalagens que produz e recolhê-las. “Se a indústria não remunerar esse trabalho, por mais que as pessoas estejam conscientes da necessidade da reciclagem, ela nunca se viabilizará nesse país. Infelizmente tudo se resume a dinheiro. É preciso haver uma cadeia econômica que sustente a reciclagem no país.”
 
Eleusis Di Creddo é engenheiro civil, foi professor universitário e atua no segmento de resíduos sólidos há mais de 20 anos.
 
Confira a entrevista.
 
IHU On-Line – Qual a diferença entre aterro sanitário e lixões? Estes são locais adequados para armazenar o lixo?
 
Eleusis Di Creddo – O lixão é considerado uma disposição final na natureza completamente inadequada. O Ministério do Meio Ambiente e os órgãos ambientais estaduais o definem assim. O lixão nada mais é do que uma disposição do lixo no solo sem qualquer preocupação ambiental. Então, esse resíduo, ao ser jogado na natureza, sem nenhuma preocupação, vai propiciar a contaminação do solo, a contaminação dos recursos hídricos subterrâneos e também dos recursos hídricos periciais, os rios que estejam próximos desse local. Além do mais, o lixão se caracteriza pela não cobertura dos resíduos. Então, os resíduos ficam expostos gerando odor e a proliferação de vetores com prejuízo para a saúde das pessoas que vivem ali perto. Além disso, o chorume, que é o líquido que o lixo gera num lixão, não é tratado, ou seja, esse líquido que é altamente poluidor, muito mais poluidor do que o esgoto sanitário, pode atingir também os rios, matar a vida aquática e contaminar o solo. O lixão é um crime ambiental.
 
Infelizmente, no Brasil nós ainda temos 4.600 lixões, principalmente na região Norte, na região Nordeste e na região Centro Oeste. Considerando que o Brasil tem 5.500 municípios, e 4.600 lixões, pode-se dizer que existe quase um lixão por município. Esta é uma situação muito ruim. Para mudar esse quadro, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), publicada em 2010, define 2014 como uma data para acabar com a disposição irregular desse material.
 
Aterros sanitários

Os aterros sanitários, ao contrário dos lixões, são uma obra de engenharia extremamente complexa. São obras que minimizam todos esses impactos que mencionei. Então, o resíduo não entra em contato com o solo e não entra em contato com a água. Para isto existe uma impermeabilização tanto na base como nos taludes desse local. Esta impermeabilização é dupla, ou seja, existe uma camada de solo bastante impermeável, de um metro, aliada a uma geomembrana de polietileno de alta densidade, de pelo menos dois milímetros. Este sistema impermeabiliza e impede o contato do lixo com o solo e com a água.

Num aterro sanitário, todo o percolado gerado é coletado e tratado antes de ser disposto. Existe um tratamento desse chorume. Num aterro sanitário existe uma drenagem de todo gás que o lixo gera através de drenos verticais e horizontais e a queima desse gás. Num aterro sanitário é possível cobrir os resíduos com o solo ou com uma geomembrana evitando, assim, a presença de vetores e o mau odor. Num aterro sanitário também é possível disciplinar o fluxo de água, impedindo a erosão nos taludes. Portanto, é uma obra de engenharia extremamente complexa e, por isso mesmo, é uma obra cara para a maioria dos municípios brasileiros. Isto explica por que existem tantos lixões no país. Na maioria das vezes, os municípios infelizmente são pequenos, não têm recursos e o lixão praticamente não tem custo nenhum para as prefeituras, ao passo que um bom aterro sanitário é uma obra de engenharia complexa e, portanto, exige custos, exige um desembolso da prefeitura muito maior. São poucas, infelizmente, as prefeituras que têm nos cofres municipais condição de fazer frente a essa despesa.
 

IHU On-Line – E os municípios dispõem de espaço físico para construir esses aterros?
 
Eleusis Di Creddo – Sem dúvida alguma. A não ser nas grandes regiões metropolitanas, que é o caso de São Paulo, na maioria dos Estados brasileiros existem áreas ainda plenamente utilizáveis para um aterro sanitário. Isto não acontece no Japão, na Dinamarca, na Holanda e em outros países que têm pequena extensão territorial e não podem utilizar o aterro como solução. O Brasil, por ser um país continental, pode utilizar o aterro, como os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, hoje, 50% dos resíduos gerados são dispostos em aterros sanitários, porque também é um país continental, como o Brasil.
 
IHU On-Line – Uma das propostas da Política Nacional de Resíduos Sólidos é que as prefeituras passem a ser responsáveis pela compostagem do lixo. Quantos municípios brasileiros possuem aterros sanitários? Como este processo está sendo desenvolvido?
 
Eleusis Di Creddo – Praticamente não existe reciclagem nem compostagem no país. Se analisarmos os números do Panorama do Saneamento Básico do ano 2000 – que é uma pesquisa que o IBGE faz a pedido do governo – e compararmos aos números de 2010, perceberemos que houve uma melhora na disposição final. Quer dizer, já há um número significativo de bons aterros no Brasil, mas em termos de reciclagem e compostagem, pioramos em relação a 2000.
 
Hoje se composta 1% do que se gera, e se recicla 0,8%. São números muito vergonhosos para o Brasil, se olharmos para países mais desenvolvidos. A Alemanha recicla 40% e composta 20% de tudo o que gera. Infelizmente o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, mas a PNRS está plenamente sintonizada com o melhor que existe de gerenciamento de resíduos.
 
IHU On-Line – Então será difícil atingir a meta da PNRS, que quer acabar com os lixões até 2014?
 
Eleusis Di Creddo – Não, porque as coisas são desassociadas. A disposição final é uma meta que está aí, que é possível de atender. Na opinião da nossa Associação, devemos deixar a reciclagem e a compostagem para depois de 2014, porque nós achamos que o aterro sanitário bem executado é um elo fundamental da cadeia. Se nós conseguirmos resolver o problema da disposição final, aí nós podemos aprimorar o sistema, melhorando a reciclagem e a compostagem. Não adianta nada melhorar a reciclagem e a compostagem, se continuarmos com os nossos lixões. Então, a proposta é que o governo utilize os recursos do PAC2 disponíveis, algo em torno de R$ 1,5 bilhões, para erradicar os lixões com a construção de novos aterros sanitários e, depois, investir em reciclagem e compostagem.
 
IHU On-Line – Em que consiste a proposta da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP) para a criação de 448 aterros sanitários no país? Esta quantidade aterros sanitários será suficiente para acabar com os lixões do Brasil?
 
Eleusis Di Creddo – Nós fizemos uma pesquisa nos Estados do país, analisando as áreas em que, hoje, não existem bons aterros. Para essas áreas, que chamamos de desatendidas de um sistema decente, definimos um bom aterro regional que abrangesse todos os municípios num raio de 60 quilômetros. Todos os municípios neste raio levariam o lixo para um único ponto, que seria o aterro regional. Sendo assim, para resolver o problema do país, seriam necessários 448 novos aterros regionais. A tendência depois é melhorar cada vez mais esse número.
 
IHU On-Line – Além da dificuldade financeira, por quais motivos os municípios têm dificuldade de aderir à coleta seletiva?
 
Eleusis Di Creddo – O problema principal é a questão de custo. Nós temos 5.500 municípios e quatro mil têm menos de 30 mil habitantes. Quer dizer, mais de 90% dos municípios brasileiros são pequenos e não têm, muitas vezes, nenhum sistema, nenhum departamento municipal de limpeza pública, não têm uma pessoa encarregada do serviço de limpeza da cidade, do tratamento e da disposição do lixo. São municípios que não têm recursos para fazer nada. Infelizmente esta é a situação. Por essa razão, nós advogamos não resolver o problema por município e, sim, por agrupamento de municípios, por consórcios regionais, no nosso caso, 448 consórcios regionais.
 
IHU On-Line – Como dar conta do lixo produzido numa época em que a obsolescência tecnológica e o consumo de produtos embalados imperam e, obviamente, se descartam mais papel, plástico e embalagens de modo geral?
 
Eleusis Di Creddo – Nós temos um longo processo de educação ambiental a ser implementado no país. Dos resíduos que são encaminhados para aterros, 31% poderiam ser reciclados, como papel, papelão, alumínio, plástico, etc. Infelizmente isto está indo para o aterro por dois motivos: falta de uma conscientização, mas também porque o produto reciclado ainda não tem valor comercial, a não ser no caso da lata de alumínio. O Brasil é campeão mundial de reciclagem de lata de alumínio, porque a indústria dá valor a esse produto, compra essa lata e a reinsere na cadeia produtiva. Isto precisa ser feito para os outros produtos também, para o papel, papelão, plástico, vidro. É o que chamamos de logística reversa, que também é um pilar da PNRS. A nossa associação está participando, em Brasília, das reuniões de logística reversa de embalagens, e a indústria vai propor ao governo um sistema em que ela se encarregará de recolher as embalagens que reproduz. A indústria de vidro recolherá os vidros, a indústria de PET recolherá PET e a municipalidade pode ajudar essas indústrias com o sistema de coleta seletiva da cidade, sendo remunerada pela indústria. Se a indústria não remunerar esse trabalho, por mais que as pessoas estejam conscientes da necessidade da reciclagem, ela nunca se viabilizará nesse país. Infelizmente tudo se resume a dinheiro. É preciso haver uma cadeia econômica que sustente a reciclagem no país. A cadeia ainda não está fechada. Para fechá-la, é preciso que a indústria se comprometa a recolher de volta tudo aquilo que fabricou e dispôs na natureza de maneira errada.
 
IHU On-Line – Então a educação ambiental passa por uma perspectiva econômica também?
 
Eleusis Di Creddo – Sem dúvida alguma. A indústria precisa dar valor a esse produto para criar esse comércio. Hoje, infelizmente, a figura do catador é vista como uma atividade quase subumana, puxando carrinho na rua como se fosse um animal, sem qualquer lei trabalhista que o proteja e o sustente. Quando a indústria der valor ao reciclado, esse catador pode ser um empresário da reciclagem e ter uma vida digna. Para isto é fundamental a logística reversa, a indústria precisa estar disposta a comprar esse produto de volta e reinserir esse produto na cadeia produtiva.
 
IHU On-Line – É possível perceber melhorias no Brasil, um ano e meio após a aprovação da PNRS? Quais os desafios nesse sentido?

Eleusis Di Creddo – Houve um retrocesso na reciclagem e na compostagem. Porém, em termos de aterro, o Brasil melhorou muito, porque existiam muito mais lixões no passado e muito menos aterros sanitários do que existe hoje. Atualmente, as grandes capitais e as grandes cidades do país têm aterros sanitários dignos do melhor padrão norte-americano e europeu. Não ficamos nada a dever aos melhores aterros sanitários do mundo, mas isto somente em grandes cidades, com população expressiva. Houve um avanço tecnológico muito grande em questão da disposição final, porém não para a totalidade dos municípios, apenas para alguns. O desafio da PNRS é viabilizar uma solução para todos os municípios do país.
 
IHU On-Line – Como o senhor avalia a polêmica em torno da não distribuição de sacolas plásticas em alguns supermercados? Esta medida pode contribuir para diminuir a produção de lixo plástico?
 
Eleusis Di Creddo – Muitos supermercados optaram por colocar as compras em caixas de papelão, nas quais muitas vezes vieram detergentes e demais produtos de limpeza, que entrarão em contato com frutas e outros alimentos. Quer dizer, será que o problema não piorou um pouco em termos ambientais? É importante se tomar medidas como essa, desde que se tenham feito medidas preventivas. O Brasil não estava preparado para uma radicalização assim, tão rápida, sem algumas medidas preparatórias para isso. O consumo do saco plástico vai continuar crescente, pois quem não usa o saco plástico do mercado vai comprá-lo. Então, essa questão vai continuar existindo. O que nós defendemos é a troca do plástico comum por um que seja biodegradável. Mas isso também não foi feito. Quer dizer, houve uma mudança brusca de postura sem que tivesse um debate técnico mais profundo.

 
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
 
Eleusis Di Creddo – Além da educação ambiental e da participação da sociedade, é fundamental que o munícipe entenda que a coleta de lixo, seu tratamento e sua disposição final, é um custo para prefeitura e, portanto, tem que ser suportado pelos habitantes daquela cidade por meio de uma taxa específica. Nós pagamos pela água que consumimos, pela energia elétrica que usamos, mas, somente 11% dos municípios do Brasil cobram dos munícipes pela coleta, tratamento e disposição do lixo. Talvez isto explique o motivo de o país estar em uma situação tão ruim.
 
Sei que não é agradável um prefeito dizer para a população que vai instituir uma taxa, mas sem esse recurso para melhorar o gerenciamento do sistema, nós não vamos progredir. É dessa forma que todo país do mundo, avançado na questão de gerenciamento, resolveu seu problema. Vivemos num grande condomínio e temos que repartir as despesas. É importante a população estar ciente que tem que dar sua cota de participação, inclusive monetária, nesse processo.

 
* Publicado originalmente no site IHU-Online.
 
(IHU-Online)

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