quinta-feira, 5 de agosto de 2010

12º River Rock, que começa amanhã em Indaial

A última canção?

12º River Rock, que começa amanhã em Indaial, pode ser a última edição do tradicional festival Roqueiro, produtor de eventos e catador de lenha. Durante o ano, Adilson André Frenzel Bernardes, 35 anos, recolhe as madeiras que vão acender as fogueiras de quem acampa durante os três dias de um dos mais tradicionais festivais de rock do Estado, o River Rock, em Indaial. É dessa forma, correndo atrás de cada detalhe, que ele e a esposa, Regiane dos Santos, 29 anos, organizam o festival que este ano chega à 12ª edição.
Mas as 53 horas de River Rock deste ano, que contará a partir desta sexta-feira com a presença de 31 bandas, entre elas Hangar, Inocentes e Camisa de Vênus, podem ser as últimas desses 12 anos de história. Amor ao rock e ao festival não falta para o casal Adilson e Regiane. O que desanima é a falta de apoio e as dificuldades em organizar tudo. Além disso, a dupla tem que contar com a ajuda do tempo. Se chove, a arrecadação é sempre menor.
– Quando a gente consegue arrecadar o dinheiro para pagar tudo que gastou já é motivo de comemoração – comenta Adilson.
Os gastos com material de divulgação, ajuda de custo e cachê das bandas, aluguel do espaço (nos últimos dois anos não foi cobrado, mas nesta edição será), segurança, equipe médica e funcionários do festival são todos pagos apenas com o valor dos ingressos e das bebidas e comidas vendidas no local.
Apesar de ser reconhecido até fora de Santa Catarina, o River Rock não recebe apoio nem do poder público nem de empresas da região.
– Tem um pouco desse preconceito com o rock. Mas nós já ouvimos várias vezes bandas e pessoas influentes de fora do Estado relacionarem o nome de Indaial com o River Rock – lembra Regiane.
Uma característica forte do festival é a valorização das bandas locais, tanto amadoras quanto profissionais. Este ano, das 31 bandas, 19 são de Santa Catarina. E o slogan do festival, A Festa das Tribos, também é respeitado. Do punk rock ao blues, passando por diversas vertentes do metal, todos os estilos estão presentes.
Entre as grandes atrações do festival, o River Rock já trouxe os acordes simples do punk rock do Cólera, o bom humor com levada de blues do Velhas Virgens e o metal do Korzus. Além das bandas, o River também é conhecido pelo clima do acampamento. Com a estrutura sendo melhorada a cada ano, o público que permanece no festival durante todos os dias só tem que se preocupar em fazer amizade e dividir as rodinhas de violão.
No cartaz de divulgação deste ano, os organizadores deram uma pista de que o festival está a perigo. Uma mensagem na parte inferior lembra que o River Rock é 100% independente e que a vontade é que ele possa continuar a existir:
– O River Rock não deve acabar pois é a nossa paixão. É um encontro de amigos que a cada ano fica maior. Em nenhum outro lugar a paz, a paixão, a liberdade e o rock uniram as tribos de forma tão espontânea, mágica e harmônica.


Fonte:
vinicius.batista@santa.com.br
Jornal de Santa Catarina


VINICIUS BATISTA

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