A ATUALIDADE DE TROPA DE ELITE 2
Assisti Tropa de Elite 2. 
Não fiquei com a sensação de estarrecimento, ou de choque, como vários amigos meus me confidenciaram, ao se deparar com esta obra prima do cinema nacional deste século XXI. 
O filme nos coloca frente a frente, com o crime organizado, em todas as suas dimensões. 
Desnuda os alicerces da corrupção Brasileira, que não anda se não tiver conexão com o crime. Como na primeira fita, o Diretor José Padilha, joga em nossas mentes o debate da Ética, não apenas como retórica, mas como comportamento e formação de caráter. 
Oferecer ao resto do País, a História das milícias cariocas, formadas por policiais militares e civis, com todo o apoio de políticos e empresários, nos remete a sair do conto de fadas, que às vezes homens do poder nos obrigam a entrar. 
Como um produto que apresenta novidades, técnicas e de atrair o espectador para assistir dezenas de vezes, ainda fico com Cidade de Deus. 
Porém é extraordinário, para suscitar reflexões por um longo tempo. 
Tropa não é um simples filme para gringo se escandalizar com a violência no terceiro mundo, é um filme mobilizador. Como documentarista que é, José Padilha, não colocou o real na ficção, a realidade estava lá, nua e crua. 
Não foi apenas inspiração o caso da CPI das milícias levadas a cabo pelo Deputado Estadual, agora reeleito Marcelo Freixo, tudo investigado e relatado por ele esta no filme, se resumindo a uma ou outra ficção que Padilha incluiu para apimentar um pouco mais a trama. 
Tudo é verdade, a ponto de nos transportar para um dia a dia, que a Classe média e as elites, tentam esconder e se esconder. 
Não é o noinha da biqueira nosso inimigo mortal, nem é o ladrãozinho de varal o lúcifer do cotidiano. 
Trata-se na película de nos fazer acordar, para uma rede de corrupção, que em troca de votos, para se enriquecer com a máquina pública, os agentes públicos, fazem vistas grossas para assassinatos, estionatos e pura exploração dos pobres, pelo crime. 
Uma favela do Rio de Janeiro, continua sem luz elétrica, sem saneamento básico, sem escola, sem saúde. 
Mas têm TV a cabo, internet, serviço de delivery e outras coisitas que apenas as classes abastadas têm acesso. 
Na campanha eleitoral deste ano, todos os candidatos á Presidente omitiram, esta rede de corrupção ligada a organizações criminosas. 
Limitaram-se a chavões e a promessas vazias e paliativas. 
O papo de combater o vicio do Crack com construções de clinicas de recuperação, não só é pobre de conteúdo, como não resolve o problema. 
O Estado não pode omitir-se de suas responsabilidades. 
A primeira medida para inibir as máfias, é a inclusão social, é gerar empregos, renda. 
Admito que melhoramos nestes anos todos, mas ainda carecemos de botar na cadeia os vários, Caciollas, Daniel Dantas, Máfia da Merenda e tantos outros.
 È preciso dar maior transparência à coisa pública, abrir para a participação popular. 
Combater a violência do crime, é ir à raiz e não lotar presídios e fundação casa de pés de chinelo, que não tiveram acesso às oportunidades, é punir o engravatado, o detentor de mandatos e poder. A visão torta, distorcida e maldosa dos Direitos Humanos, deve ser combatida, não se pode aceitar que Jornalistas mal intencionados, mal informados ou até beneficiários dos esquemas criminosos, use e abuse da mídia para desinformar e deformar. 
O filme do Padilha, é produto obrigatório para ser visto pelos defensores e lutadores dos Direitos Humanos.
JANJÃO- POETA, ESCRITOR. LIMEIRA/SP
 
 
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