segunda-feira, 11 de abril de 2022




François Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, foi um dos mais importantes filósofos do Iluminismo. 

Defensor das liberdades individuais e da tolerância, foi uma das principais inspirações da Revolução Francesa ( 1.789)

Para Voltaire, deve ser garantido às pessoas o direito à liberdade de expressão, à liberdade religiosa e à liberdade política. 

Por suas defesas, o filósofo foi perseguido pela Igreja Católica e pelo Estado absolutista francês.

No dia 21 de novembro de 1694, nasceu, em Paris, François Marie Arouet, descendente de nobres por parte de mãe e de burgueses por parte de pai. Sua mãe morreu quando ele tinha 6 anos de idade. Seu pai, que aspirava ao filho a profissão de advogado e que ele trabalhasse para o rei, matriculou-o no colégio jesuíta Louis, Le Grand, tradicional instituição de ensino francesa. Nas palavras de Marilena Chaui, os seus professores da época o classificaram como um “rapaz de talento mas patife notável”

Voltaire foi introduzido por seu padrinho em círculos literários de Paris e no Salão Literário da Cortesã Madame Ninon de Lenclos. Ninon quis conhecer o afilhado do abade de Châteauneuf e gostou da personalidade do menino de apenas 13 anos, deixando, em testamento, uma quantia significativa de dinheiro para Voltaire comprar livros.

A morte de Madame Ninon aconteceu pouco tempo depois. Ela era uma mulher livre, letrada e hedonista, amante da vida e inspirada pelo epicurismo. Todos que frequentavam seu salão de leitura também o eram, o que fascinou o jovem François Marie.

Não gostando do ambiente em que o filho estava, o pai de Voltaire arranjou um trabalho para ele após a conclusão dos estudos básicos no Liceu. 

Voltaire seria assistente do Marquês de Châteauneuf em uma viagem diplomática à Holanda. Lá ele conheceu e apaixonou-se por uma moça protestante, Olympe Dunoyer, e queria que ela fosse morar com ele em Paris. Tramou, então, uma situação para convencer os padres e o bispo local de que trazer a moça e convertê-la seria uma obra caridosa, mas os padres não atenderam ao pedido e o romance dos dois foi interrompido.

Em 1715, escreveu a peça Édipo. Em 1717, sátiras sobre o regente parisiense, o Duque de Orleans. Por conta disso, o rapaz foi preso na Bastilha pela primeira vez. Em 1818 passou a publicar suas obras com o pseudônimo de Voltaire. Nessa época e após a prisão, fez sucesso com a peça Édipo e tornou-se também um investidor de todo tipo de negócio, desde empréstimo a juros até financiamento de tráfico de escravos. Tornou-se um burguês, mas sem os privilégios nobres. No entanto, ele não se afastou da nobreza, o que o colocou em uma briga com outro nobre, o Duque de Sully.

Castelo de Voltaire, residência em Ferney (hoje chamada Ferney-Voltaire em homenagem ao filósofo) onde viveu a sua última década de vida.


A briga rendeu uma surra encomendada pelo duque ao poeta burguês libertino. Voltaire não deixou barato e desafiou o duque a um duelo, que foi recusado, pois alguém em uma excelente posição na aristocracia não duelaria com qualquer um. O duque poderia mandar Voltaire para a prisão na Bastilha ou para o exílio. A segunda opção foi escolhida pelo escritor.

Foi na Inglaterra que ocorreu o grande amadurecimento intelectual de Voltaire

Lá ele passou a tecer suas críticas políticas e a desenvolver seus escritos filosóficos, além de ter um contato com um modelo político muito liberal em relação ao absolutismo francês. 

Ficou extasiado com a pouca diferença política entre nobres e burgueses na Inglaterra e conheceu grandes poetas e filósofos ingleses, além de estudar as teorias políticas liberais de teóricos como John Locke.

Em 1729 ele retornou à França. 

As correspondências trocadas com pensadores, amigos e escritores durante sua estadia na Inglaterra e defendendo e difundindo os ideais de liberdade foram publicadas mais tarde sob o título de Cartas Inglesas ou Cartas Filosóficas. 

Os polêmicos escritos foram queimados em praça pública, e Voltaire foi novamente caçado pelo governo, tendo sua prisão decretada. Fugiu novamente e, em 1735, pôde retornar a Paris.

A partir daí sua vida não foi mais tão atribulada quanto antes. 

Ele continuou suas defesas polêmicas, mas sem ser preso. 

Tornou-se historiógrafo real em 1745 e foi eleito membro da Academia Francesa no ano seguinte por sua obra. 

Em 1752 começou a redigir o Dicionário Filosófico e, em 1758, o seu romance mais difundido: Cândido, ou o otimismo

Em 1760, rompeu sua amizade com Jean-Jacques Rousseau. 

Da meia-idade para a velhice, Voltaire viveu em Ferney (hoje chamada Ferney-Voltaire em homenagem ao filósofo), administrando terras e escrevendo sempre escritos polêmicos contra o fanatismo religioso, a favor da liberdade religiosa e da liberdade de expressão.

Em 30 de maio de 1778, Voltaire morreu na cidade de Paris, aos 83 anos de idade.

Ideias de Voltaire

Os ideais de Voltaire estão bem alinhados com os de outros iluministas franceses, mas com alguma ênfase na questão da liberdade. Voltaire acreditava que o ser humano deveria ser livre para expressar sua vida criativa, sem interferências de cunho moral e religioso. Ele era contra o absolutismo e a favor da separação entre Igreja e Estado, ou seja, foi um dos primeiros defensores da ideia de Estado Laico.

Voltaire também era absolutamente a favor da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, além da liberdade religiosa e da tolerância. Para o pensador, o progresso da sociedade somente viria com o reconhecimento dessas liberdades individuais e com o respeito e a tolerância a todas as formas de pensar.

A tolerância era um tema essencial para ele, pois muitas vezes o filósofo foi censurado e interditado por seu pensamento liberal. Voltaire, no entanto, somente condenava e lutava contra dois tipos de pensamento: o fanatismo e a superstição, pois estes levam a liberdade à ruína.

A frase “posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito que tem de dizer” é frequentemente atribuída a Voltaire. No entanto, ela não é de autoria do filósofo, e sim de uma biógrafa que escreveu sobre a vida do pensador, Evelyn Beatrice Hall. Apesar da não autoria de Voltaire, essa frase condensa a essência de suas ideias.

Voltaire foi um dos fundadores da Enciclopédia, projeto ambicioso iniciado pelos escritores franceses iluministas Diderot e D’Allambert. O conjunto da obra, de 36 volumes, possui verbetes de Voltaire, além de outros nomes, como Rousseau e Montesquieu. Apesar das polêmicas religiosas, Voltaire não era ateu. Ele acreditava em Deus, talvez de um modo bem diferente do pregado pelo cristianismo, mas acreditava.

Entre seus vícios, estavam o café e as apostas. Quanto ao café, ele amava a bebida e apreciar grãos de café importados, muitas vezes caríssimos. Ele bebia uma média de 20 xícaras da bebida por dia e chegou a tomar 40 xícaras em um dia só. Como apostador, ele gostava de jogos de azar e apostava muito na loteria. Apesar de seu vício em jogos e apostas, o filósofo sempre teve uma condição financeira confortável graças à sua habilidade com os negócios.

Fonte: CHAUÍ, M. Vida e obra. In: Voltaire. (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Crédito da imagem: [1] Alain Delpey / Shutterstock

 Francisco Porfírio



domingo, 10 de abril de 2022

Civilizações que usaram crueldade excessiva


Civilizações que usaram crueldade excessiva, as quais podem ser equacionadas aos nazistas-alemães:

  1. Em termos étnicos, basta considerar os incríveis horrores aos quais a Inquisição espanhola submeteu os judeus e os sarracenos (muçulmanos) que não se converteram ao catolicismo (conjuntamente inúmeras vítimas acusadas de bruxaria).
  2. Os mongóis, sedentos de sangue, que saquearam uma enorme área desde as estepes da Ásia até a Hungria e outros locais do Leste Europeu (particularmente a Ucrânia), onde massacraram um incontável número de ​​homens, mulheres e crianças.
  3. Os romanos são também famosos pelas crucificações daqueles que resistiram ao seu regime e às suas invasões.
  4. A mais cruel de todas as civilizações, no entanto, fora a era dos reis do Império Neoassírio (911–612 AC).

Sem dúvida, os assírios estabeleceram um enorme império, onde triunfaram a arte da guerra e introduziram o conceito de exércitos permanentes, sendo assim capazes de atacar ou repelir rebeliões que pudessem ter ocorrido a qualquer momento (não apenas utilizando o uso de milicias disponíveis apenas depois dos períodos de colheita e antes do plantio).

Infelizmente para seus inimigos, os assírios também dominaram as técnicas de tortura, que são difíceis de acreditar; mais significantes, todavia, eles se ostentavam disso de forma chocante! Certos reis foram particularmente malévolos: Assurnasirpal II (883-859 AC), Adad-nirari III (810-783 AC), Tiglath-Pileser III (745-727 AC), Sargão II (721-705 AC), Senaqueribe (704- 681 AC), e Assurbanipal (669-631 c).

Certamente, esses monarcas retrataram seus atos de tortura com grandes detalhes nas paredes dos palácios imperiais e criaram tabuinhas de barro exibindo todas as punições que o exército assírio executou. Eles cortavam os membros, arrancavam os olhos e então deixavam suas pobres vítimas vagando por aí; sem falar em certos casos quando eles queimavam crianças vivas na frente dos pais, antes de torturá-los...

Suas vítimas serviam não apenas como evidência viva de sua crueldade, mas quadravam além disso como um exemplo para qualquer outro povo levar em consideração antes de tentar resistir aos seus ataques. Caso qualquer nação se submetesse ao domínio assírio, sem combate, seus povos seriam apenas realocados para outros locais do império, onde mão de obra especializada pudesse ser necessária.

Ademais, sempre que seus súditos conquistados eram transportados para longe de seus lares, os assírios podiam tornar-se seguros de que tais vítimas seriam incapazes de contemplar possíveis rebeliões futuras, visto que estariam muito ocupados começando uma nova vida em um local estrangeiro.

Essencialmente, o Império Neoassírio fora o reino mais poderoso que o mundo naquela época já tinha visto, uma vez que abrangia todo o Oriente Médio durante o primeiro milênio AC. Por quatrocentos anos, eles ilustraram o poder e o controle como nenhum outro, já que sua fronteira se estendia desde a Mesopotâmia até partes da Ásia Menor, Egito e Irã. Sob seu governo existiam vários indivíduos com diferentes etnias, idiomas, e culturas.

Por conseguinte, deve-se concluir com certeza que a chave principal do inigualável sucesso Assírio fora sua disposição prazerosa e distinta para a brutalidade e crueldade


Fontes (algumas das quais em inglês):

https://faculty.uml.edu/ethan_spanier/teaching/documents/cp6.0assyriantorture.pdf

História militar do Império Neoassírio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cruelty: The Instrument of Assyrian Control

Povos assírios. Características dos povos assírios - PrePara Enem

http://file:///C:/Users/amade/Downloads/Dialnet-OsRelevosPalacianosAssiriosEmContexto-7292978.pdf

Assírios: a queda dos fundadores.

Morfologia, Semântica e Sintaxe...nunca mais as confunda!

  Morfologia:  Descrição: A morfologia trata de um modo geral do estudo da estrutura e formação das palavras. Ao estudar morfologia, estudam...