terça-feira, 16 de junho de 2009

Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi escritor, diplomata, e pensador político, nascido e falecido em Florença. De origem relativamente modesta, conseguiu fazer carreira pública, após a expulsão dos Medici, em 1494.Executou missões junto a diversos Estados italianos, progredindo rapidamente na carreira. Embora nunca fosse nomeado oficialmente embaixador, dirigiu freqüentemente negociações de grande responsabilidade.
Foi particularmente importante a missão que desempenhou junto a César Bórgia, durante as conquistas deste na Romanha, em 1502.


De regresso a Florença, desempenhou o cargo de segundo secretário, sob o governo de Soderini. Percebendo o perigo que representavam as tropas mercenárias, empregadas habitualmente por Florença e por outros Estados italianos, organizou, em 1506 e 1507, com a aprovação de Soderini, uma milícia nacional. Dois anos depois, a força por ele organizada com cidadãos florentinos participou do término vitorioso do assédio de Pisa, que Maquiavel supervisionou indiretamente. Todavia, quando os Medici ameaçaram os florentinos de dirigir contra a cidade tropas espanholas, a milícia foi dividida, sofrendo grave desastre em Prato, em 1512, e a entrega daquela posição defensiva acarretou a queda de Florença e a fuga de Soderini.
Preso por algum tempo em 1513 e torturado, Maquiavel recebeu depois ordem de se retirar para sua propriedade, perto de San Casciano, na Toscana.
Devido a sua íntima conexão com o regime republicano deposto, não conseguiu recuperar sua preeminência política. Todavia, desempenhou por breves períodos alguns cargos menos importantes e recebeu dos Medici diversos favores, em reconhecimento por sua atividade literária, que se intensificou consideravelmente após a queda do governo republicano. Ocorrendo nova expulsão dos Medici, regressou a Florença, mas adoeceu gravemente, morrendo pouco depois.







O Príncipe





Sua obra mais famosa, O Príncipe, escrita de 1513 a 1516, foi publicada postumamente, em 1532.



A obra reflete seus conhecimentos da arte política dos antigos, bem como dos estadistas de seu tempo, e expressa claramente a mentalidade da época.




Formulando uma série de conselhos ao príncipe, o autor expôs uma norma de ação autoritária, no interesse do Estado. Deste modo, Maquiavel ilustrou a política renascentista de constituição de Estados fortes, com a superação da fragmentação do poder, que caracterizara a idade média.
As obras de Maquiavel foram, a princípio, bem recebidas, mas durante o período agitado que se seguiu à Reforma incorreram no anátema de ambas as partes em luta. Em 1559, o pontífice incluiu-as no Índex. Por outro lado, denegridas sistematicamente, aquelas obras passaram a ser consideradas, nos países mais diversos, expressão do cinismo político, advindo daí o sentido pejorativo de termos como maquiavélico e maquiavelismo.

A ITALIA DIVIDIDA DO RENASCIMENTO

Sociedade de Maquiavel (1469-1527)




Cristandade em decadência: conflitos entre o poder divino (Igreja) e o poder temporal (Estado) Processo de ascensão do capitalismo: mercantilismo

Desenvolvimento do Estado Nacional: soberanos locais são absorvidos pelo fortalecimento das monarquias e pela crescente centralização das instituições políticas (cortes de justiça, burocracias e exércitos)

Estado absoluto: preserva a ordem de privilégios aristocráticos (mantendo sob controle as populações rurais), incorpora a burguesia e subordina o proletariado incipiente

Inglaterra e França: consolidam poder central

Itália não realiza unificação nacional: é um conglomerado de pequenas cidades- estado rivais, disputados pelo Papa, Alemanha, França e Espanha.










Concepção de homem em Maquiavel





Racionalidade instrumental: busca o êxito, sem se importar com valores éticos

Cálculo de custo/benefício: teme o castigo

Natureza humana:

Homem possui capacidades: força, astúcia e coragem

Homem é vil, mas é capaz de atos de virtude

Mas não se trata da virtude cristã;

Não incorpora a idéia da socidabilidade natural dos antigos;

O homem não muda: não incorpora o dogma do pecado original: natureza decaída que pode se regenerar pela salvação divina.







Política em Maquiavel



Política: pela primeira vez é mostrada como esfera autônoma da vida social

Não é pensada a partir da ética nem da religião: rompe com os antigos e com os cristãos

Não é pensada no contexto da filosofia: passa a ser campo de estudo independente

Vida política: tem regras e dinâmica independtes de consideraçõs privadas, morais, filosóficas ou religiosas

Política: é a esfera do poder por excelência

Política: é a atividade constitutiva da existência coletiva: tem prioridade sobre todas as demais esferas

Política é a forma de conciliar a natureza humana com a marcha inevitável da história: envolve fortuna e virtu.

Fortuna: contingência própria das coisas políticas: não é manifestação de Deus ou Providência Divina

Há no mundo, a todo momento, igual massa de bem e de mal: do seu jogo resultam os eventos (e a sorte)

Virtu: qualidades como a força de caráter, a coragem militar, a habilidade no cálculo, a astúcia, a inflexibilidade no trato dos adversários

Pode desafiar e mudar a fortuna: papel do homem na história









"O Príncipe": não se destina aos governos legais ou constitucionais




Questão: como constituir e manter a Itália como um Estado livre, coeso e duradouro? Ou como adquirir e manter principados?

A tirania é uma resposta prática a um problema prático



"O Príncipe": não há considerações de direito, mas apenas de poder: são estratégias para lidar com criações de força.

Teoria das relações públicas: cuidados com a imagem pública do governante

Teoria da cultura política: religião nacional, costumes e ethos social como instrumentos de fortalecimento do poder do governante

Teoria da administração pública: probidade administrativa, limites à tributação e respeito à propriedade privada .

Teoria das relações internacionais:

Exércitos nacionais permanentes, em lugar de mercenários

Conquista, defesa externa e ordem interna

A guerra é a verdadeira profissão de todo governante e odiá-la só traz desvantagens.


2 comentários:

  1. Continuando minha crítica sobre o maquiavelismo, devo acrescentar, politica nã se discute com ignorantes, aqueles que lobotomizados não enchergam possibilidade de melhoria de mudança, normalmente não se vence uma discussão com uma pessoa sem conhecimento, o ignorante por si só não dá o braço a torcer em hipótese alguma, e quando há ameaça de culpa, esta sempre é do outro e ele sempre foi e sempre será vítima. Portanto, tentar dissuadir uma pessoa que apenas tenha ouvido as teorias de Nicolau Maquiavél sem ter se aprofundado no tema, é trabalho insalubre, murro em ponta de faca! nos desgasta o físico eo mental! As teorias de Maquiavel retrataram muitobem o seu tempo e a sua sociedade, e estes ficaram enquadrados naquele tempo e naquele espaço! Meu Deus será

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  2. Meu Deus será dificil assim de captar um raciocínio que conduza ao fato que, mudamos , nos adaptamos, muito mais rápido que qualquer outra espécie de animal do planeta? as teorias de Nicolau remontam ao século 16! Estamos no século 21! será que houve algum tipo de mudança comportamental em nossa linhagem? somente incrédulos podem dizer que não....

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