Biografia
Mao Tsé-Tung nasceu na aldeia de Shaoshan, província de Hunan, China, filho de camponeses, freqüentou a escola até os 13 anos de idade, quando foi trabalhar como lavrador.
Por conflitos com seu pai, saiu de casa para estudar em Changsha, capital da província.
Conheceu as idéias políticas ocidentais e especialmente as do líder nacionalista Sun Yat Sen.
Em 1911, no mês de outubro iniciou-se a revolução contra a dinastia Manchu que dominava o país. As lutas estenderam-se até Hunan.
Mao Tsé-Tung alistou-se como soldado no exército revolucionário até o início da república chinesa, em 1912.
De 1913 a 1918 estudou na Escola Normal de Hunan, aprendeu filosofia; história e literatura chinesa.
Continuou estudando e assimilando o pensamento ocidental e política.
Tornou-se líder estudantil com participação em várias associações, mudou-se para Pequim em 1919, onde iniciou seus estudos universitários em Filosofia e Pedagogia, trabalhou na Biblioteca Universitária, conheceu Chen Tu Hsiu e Li Ta Chao fundadores do Partido Comunista Chinês.
Participou do Movimento Quatro de Maio contra a entrega ao Japão de regiões chinesas que haviam estado em poder da Alemanha; em função deste aderiu ao marxismo-leninismo, 1921, Mao Tsé-Tung participou da fundação do Partido Comunista Chinês.
Nos primeiros anos à frente do partido, insistiu, contra a linha pró-soviética de seus aliados, no potencial revolucionário do campesinato (Inquérito sobre o Movimento Camponês em Hunan, 1927).
1927, Chiang Kai Shek assumiu o poder e se voltou contra os comunistas.
Após a ruptura com o Kuomintang, Mao Tsé-Tung organizou um movimento revolucionário em Hunan e Jiangxi, fundando, em 1931, um soviete que se defendeu dos ataques dos aliados, adotando táticas de guerrilha.
Em Outubro de 1934, Mao Tsé-Tung e seu exército rompem o cerco das tropas do Kuomintang e seguem para o noroeste do país, iniciando a Grande Marcha (1934-1935) até Yanan, na província de Saanxi, transformada em nova região sob controle comunista.
Essa ação espetacular reafirmou sua independência do Kuomintang e tornou Mao uma personalidade dominante do Partido Comunista Chinês.
Em 7 de julho de 1937, os japoneses invadem a China após o Incidente Lugouqiao (Incidente da Ponte de Marco Polo), o que demarca o início da II Guerra Mundial na Ásia.
De 1936 e 1940 Mao Tsé-Tung fez oposição à tese dos comunistas pró-soviéticos, e conseguiu impôr o seu ponto de vista, afastando do partido os seus oponentes.
Mao Tse-tung anuncia a fundação da República Popular da ChinaEm 1945, Mao Tsé-Tung foi confirmado oficialmente como chefe do partido, sendo nomeado presidente do Comitê Central. Após a invasão japonesa, os, e no término da guerra o exército revolucionário tinha em torno de um milhão de soldados; os comunistas controlavam politicamente noventa milhões de chineses.
Após o ataque japonês à China (1937), o Partido Comunista Chinês e o Kuomintang se aliam novamente, mas com o fim da guerra, estourou, em 1946, uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas que durou até 1949 quando o Kuomintang é finalmente derrotado.
Em 1 de Outubro desse ano proclama na Praça Tiananmen, em Pequim, a República Popular da China; em Dezembro foi proclamado presidente da república.
Em 1954, após a promulgação da nova Constituição, Mao Tsé-Tung é reconduzido à presidência da República.
Após a consolidação do poder comunista, contrariando a linha soviética, Mao Tsé-Tung manteve-se fiel à idéia do desenvolvimento da luta de classes, tentando em vão, entre 1956 e 1957, na chamada Campanha das Cem Flores, dar-lhe novo impulso, através da liberdade de expressão.
Entre 1957 e 1958, iniciou uma política de desenvolvimento chamada de Grande Salto, baseado na industrialização associada à coletivização agrária.
O "Grande Salto" traduziu-se num desastre econômico que mergulhou a China numa epidemia de fome que vitimou milhões de chineses.
Em virtude disso Mao Tsé-Tung foi destituído de alguns cargos e, em 1959, Liu Shaoqi assumiu a chefia do Estado. Apesar disso, Mao Tsé-Tung continuou influente, como ficou claro na ruptura com a União Soviética, devido a profundas diferenças nas políticas interna e externa.
O prestígio internacional de Mao Tsé-Tung não foi afetado, tornando-se, após a morte de Stálin, em 1953, a personalidade mais influente do comunismo internacional.
Muitos dos programas sociais de Mao são indicados por críticos, tanto internos quanto externos à China, como causadores de danos severos à cultura, sociedade, economia e relações exteriores da China, como também pela morte de 42 a 70 milhões de pessoas.
Selo onde aparecem Mao Tse-tung e Josef Stalin
A Revolução Cultural
A polêmica Revolução Cultural (1966-1969), empreendida por Mao Tsé-Tung com o apoio de sua esposa, Jiang Qing, destituiu os quadros do Partido Comunista Chinês, que queriam uma linha política e econômica mais moderada.
Em 1968, Mao Tsé-tung destituiu Liu Shaoqi e, em 1971, tirou do poder seu sucessor, Lin Biao. Foram criados os guardas vermelhos, que se fundamentavam no chamado Livro Vermelho, que continha citações de Mao.
Mais tarde, apoiou a política de Zhou Enlai, consolidando o crescimento econômico e ultrapassando o isolamento da China.
Em 1972, recebeu o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em Pequim.
Nos últimos anos de vida, com a saúde seriamente afetada, caiu sob a influência da facção radical do partido (Bando dos Quatro), organizada em torno de Jiang Qing.
Apesar da desmaoização iniciada após sua morte, Mao Tsé-Tung teve especial aceitação nos países do Terceiro Mundo como teórico da guerra popular revolucionária.
Vida pessoal
A primeira experiência sexual de Mao ocorreu ainda na adolescência, no vilarejo de Shaoshan, na província de Huan.
Teve um romance juvenil com uma garota de doze anos.
Em seus últimos anos, Mao gostava de relembrar essa iniciação e, em 1962, até providenciou para encontrar de novo a mulher com quem havia perdido a virgindade.
Ela envelhecera, seus cabelos haviam branqueado.
Mao lhe deu 2 mil iuanes e, depois que a idosa senhora se foi, comentou com melancolia: "Como está mudada!"
Mao casou-se pela primeira vez em 1908, aos 15 anos de idade, com uma mulher seis anos mais velha.
Ela morreu em 1910, de causas desconhecidas.
Em 1921 Mao casou-se pela segunda vez, com Yang Kai-hui, que lhe deu dois filhos.
Nenhum deles teve um final feliz: em 1930, Yang foi executada por partidários de Chaiand Kai-shek.
Os dois meninos escaparam para Xangai, onde tiveram que cuidar da própria sobrevivência pelas ruas.
O mais novo, Anqing, desenvolveu uma doença mental que foi atribuída às pancadas que levou da policia de Xangai, quando o prenderam por vadiagem.
O mais velho, Anying, foi morto num ataque aéreo norte-americano durante a Guerra da Coreia.
Mao casou-se com Ho Tzu-chen logo após a morte de Yang, que lhe deu ao todo seis filhos. Apenas uma menina, Lin Min, sobreviveu.
Mao divorciou-se de Ho em 1939, para casar-se com Chiang Ch'ing.
Em 1953, quando Mao completou 60 anos, ficou estéril.
À medida que envelhecia, preferia mulheres cada vez mais jovens.
Frequentemente dormia com três, quatro ou cinco jovens e incentivava as amantes a apresentá-lo a outras mulheres.
Como resultado dessa intensa promiscuidade, em 1967 contraiu herpes genital.
A intensa actividade sexual de Mao fez-lhe contrair também tricomoníase, doença assintomática no homem mas desconfortável para a mulher.
Muitas de suas concubinas se orgulhavam de ter a doença como prova de intimidade com o líder da revolução, contudo, com certeza, sofriam com a situação.
Calculam-se em centenas as infectadas com a tricomoníase entre as cerca de 3 mil mulheres com as quais ele se relacionou.
Segundo o livro A Vida Privada do Camarada Mao (tradução de Gabriel Zide Neto; Civilização Brasileira; 842 páginas), escrito por Li Zhisui, médico pessoal de Mao de 1954 até sua morte, em 1976, ele teve várias concubinas.
Mao acreditava que fazer sexo prolongava a vida e não escovava os dentes, alegando que o tigre não precisa escová-los.
Também não gostava de tomar banho.
Devido à sua falta de higiene com os dentes, acabou por perdê-los todos na velhice.
Ideologia maoísta e o culto à personalidade
Uma das características do regime implantado por Mao Tsé-Tung foi o culto às suas idéias e personalidade.
Além do Livro Vermelho, de leitura obrigatória nos tempos do poder, Mao Tsé-Tung produziu outras peças ideológicas, antes e depois de assumir o governo chinês (além dos excertos de seus discursos):
Sobre a prática (《实践论》); 1937
Sobre a contradição (《矛盾论》); 1937
Uma Nova democracia (《新民主主义论》); 1940
Literatura e arte; 1942
Guerra de guerrilhas (《论持久战》).
O homem tolo que removeu as montanhas (《愚公移山》)
Servir ao povo (《为人民服务》).
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